16 novembro 2011

http://www.aibr.org/antropologia/06v03/
salve txai

muitas coisas
continuo reescrevendo o roteiro do vídeo
foi boa aquela conversa sobre discurso
jornalístico, poético e científico-filosófico

lembrei dum vídeo do deleuze que gosto muito
eu gostaria de abrir o video tratando disso talvez
o que ele chama de palavra de ordem tem muito a ver com a ordem do discurso do foucault
e também com a filosofia do papagaio que vc propôs
não?
vamos falar

lendo um livro (folheando ainda)
movimiento indígena en america latina: resistencia e proyecto alternativo
resultado de um congresso em 2003 no méxico
fiquei pensando como tem tudo a ver com seu estudo da hegemonia
com a questão da posição do estado no jogo de discursos e em relação à hegemonia
me parece que esses povos conseguem ver por cima do estado, do governo
seu discurso não se deixa ofuscar tanto pelos orgãos do governo, pelas leis ou pela burocracia do ibama
realmente para eles, a gente percebe que os conhecimentos tradicionais e as antigas práticas de socialidade
sustenta um projeto de organização e articulação
diferente daqui
onde o bolsa familia parece ter pego a galera e ocorre uma desmobilizaçãogeneralizada enquanto o governo vai apertando a agenda neoliberal

também acabei de conhecer um negócio chamado capitalismo cognitivo
http://www.ocomuneiro.com/nr5_04_MichelHusson-Notascriticassobreocapitalismocognitivo.html
a mim pareceu interessante por trazer uma visão do trabalhador como conhecedor
o que tem possibilidade de desdobramentos interessantes quando se fala de conhecimentos tradicionais
visto que por outro lado ele está sendo apropriado pelo mercado, por outro se torna sede de resistência
desculpe a ignorância mas ainda não sabia desse capitalismo cognitivo
e o texto do juan
leste?
eu gostei de ter lido
ele coloca a experiência dele junto ao povo da reserva
interessante
gostaria de ouvi-lo

tenho 1001 coisas pra conversar
vamos nos falando

abs


12 novembro 2011

Ando e ando
Se hei de cair, que seja
entre os trevos

matsuo bashô
 
 
http://valentinw.blogspot.com

04 novembro 2011

encarcerados
commodities
nós estamos prendendo muito e prendendo mal, de 96 até hoje nós passamos de 160 mil presos pra mais de 500 mil presos (...) o brasil é o país que mais cresce em população carcerária o mundo (...) quem é que está sendo preso nos últimos anos: jovens que não usaram violência, que não usaram armas que vendiam drogas ilícitas e que entretanto foram condenados a privação de liberdade e estão convivendo com outros que são efetivamente prepetradores de crimes violentos e se organizam; esses jovens que pra sobreviver, enfim pra ganhar algum dinheiro diante da situação de desigualdade que nós vivemos recorreram a prática indesejável do negócio da droga ilícita sem arma e sem organização eles estão presos e num volume crescente a tal ponto que eles já constituem a maior parte dessa nova população carcerária que tem sido produzida por esse afã, por essa voracidade encarceradora que tem caracterizado as nossas políticas públicas na segurança e políticas criminais nos últimos anos...
luiz eduardo soares 
http://www.youtube.com/watch?v=LCdm9Wg9hBI&feature=player_embedded

03 novembro 2011


            Caros amigos e colegas,
            Não, este não é mais um daqueles malditos spams que são enviados para listas intermináveis. É, sim, um pedido de socorro...
             Estamos nós, antropólogos, tão acostumados a ler ou escrever sobre absurdos na Amazônia em assuntos relacionados a povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, camponeses, entre outros, que o conteúdo deste email parecerá, aos que não estão acostumados com a realidade amazônica, surreal.
            No Estado de Rondônia, hoje, alunos estão sendo ameaçados, professores universitários presos, deputados agredidos pela polícia federal e jornalistas coagidos por essa mesma polícia.
            A seguir alguns links para situá-los:

            Resumidamente, em meados de setembro deste ano, professores e alunos da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) entraram em greve, não por melhorias salariais, mas por melhores condições de trabalho e estudo.
Vão aí, a título de ilustração, mais dois links com fotos do estado de nosso campus em Porto Velho e um terceiro link, com um laudo técnico do corpo de bombeiros tornado público nesta semana:
Link com fotos 01:
Link com fotos 02:
Laudo do Corpo de Bombeiros sobre o campus de Porto Velho:

Em resposta a pauta grevista, a administração da Universidade disse que as reivindicações por melhorias não fariam sentido, já que a Universidade, por mais que apresentasse problemas, estava bem, obrigado.
Aos poucos, o movimento dos alunos se transformou em um movimento para afastamento da administração atual, por entender que havia uma série de denúncias (em licitações, obras, recursos, fundação de apoio, concursos públicos, etc.) que precisavam ser tiradas a limpo. Ato contínuo, o movimento grevista montou um dossiê de 1.500 páginas onde essas denúncias eram sistematizadas e foi a Brasilia, encaminha-las ao MEC e a Casa Civil, da Presidência da República.
Na Casa Civil, com todas as letras, ouviram de um assessor que uma vez que a administração atual da Universidade contava com o apoio de um político da executiva nacional do PMDB, base aliada do Governo Federal no congresso, nada haveria a ser feito.
Há alguns dias a Polícia Federal, em uma tentativa desastrada (e desastrosa) de descoupação do prédio da Reitoria, ocupada por alunos da instituição há quase um mês, acabou agredindo um Deputado Federal que lá estava, tentando negociar (Deputado Mauro Nazif, PSB-RO) e prendendo um professor, que nada fazia a não ser observar a cena.
Abaixo alguns vídeos mostrando o momento da prisão do Prof. Valdir Aparecido, do Departamento de História (Campus de Porto Velho), bem como a agressão ao parlamentar:
http://www.youtube.com/watch?v=II88f_0Xn_E  (em 04:32 vê-se claramente o deputado ser agredido pelo policial a golpes de cassetete)

Já o link abaixo contém uma foto do mesmo momento da prisão onde se vê, de branco, ao centro, o prof. Valdir sendo levado por dois agentes a paisana (um moreno, a esquerda, com uma pistola na mão e outro, a direita, de camisa vermelha, com um cassetete, que daí a alguns segundos seria utilizado para agredir o Deputado Nazif, de camisa azul clara, no alto da imagem, à direita). De laranja, no canto esquerdo da foto, um rapaz que se identificou como agente da PF, carregando uma câmera subtraída de um dos professores que teria registrado parte da confusão):
Naquela mesma noite o Prof. Valdir foi encaminhado a um presídio comum, chamado “Urso Panda”, onde passou a noite em uma cela.
Alguns dias após o ocorrido, um jornalista local foi coagido por Policiais Federais, por publicar notícias apoiando a greve na Universidade (http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/10/25/jornalista-de-rondonia-diz-ter-sido-ameacado-por-delegado-da-pf-apos-publicar-texto-de-estudantes-em-greve-925652693.asp)

Esta é, basicamente, a situação por aqui: agressão, medo, coersão e ameaças, fazendo uso da máquina pública e de agentes que deveriam proteger a população. O que nos parece, aqui em Porto Velho, é que tanto essas ações truculentas quanto a conivência do Governo Federal e a invisibilidade da questão na imprensa nacional se deve, sobretudo, ao fato de nosso reitor ser aliado político e amigo pessoal de membros da direção do maior partido da base aliada do Governo Federal.
Longe de mim acusar que quer que seja. Afinal, é bem possível que todos os implicados nessa história sejam absolutamente inocentes e/ou tenham agido de boa fé. Entretanto, a única forma de garantirmos transparência no processo de investigação nos fatos aqui relatados divulgando esses acontecimentos junto aos nossos contatos em OnGs, Governo, imprensa e associações científicas.
Há informações atualizadas sobre esses eventos no site mantido pelo comando de greve da Universidade, http://comandodegreveunir.blogspot.com do qual, diga-se, não sou parte.
Aos que me conhecem, sabem que não faço o perfil de politiqueiro ou sindicalista e, mais que isso, jamais entulharia as caixas postais de vocês se não fosse estritamente necessário, mas o fato é que meus colegas de Universidade, alunos, jornalistas e simpatizantes estão, hoje, com medo de morrer. Precisamos de ajuda por aqui, urgente!
Espero contar com a compreensão e ajuda de todos na divulgação do que tem acontecido por aqui. Qualquer coisa, sintam-se a vontade para me escrever a qualquer momento.

Um cordial abraço,



Prof. Estêvão Rafael Fernandes
Chefe do Departamento de C. Sociais
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Coordenador do Observatório de Direitos Humanos de Rondônia (CENHPRE/UNIR)
Porto Velho, RO, Brasil