08 abril 2007

bom, seguindo na Grécia, considero este ponto inicial bastante intrigante e passível de muitas linhas; a relação do pensamento de Sócrates com a consciência; esse pensamento certamente está ligado com sua concepção de senso comum; também aqui sua concepção política terá bastante importância; o último livro de foucault sobre a articulação poder/saber/subjetividade retoma esses princípios do pensamento grego; suas idéias se iluminam por vezes;

para a concepção individualista, que confunde o papel epistêmico desse sujeito do conhecimento (afinal, sócrates é parteiro de sujeitos do conhecimento) com sua subjetividade, a consciência parece fazer do pensamento uma experiência pessoal, subjetiva, produto da consciência, enquanto que a inconsciência seria um produto da sociedade, do coletivo;

no entanto, acredito que o que há de mais intrigante nesse pensamento do conceito é seu caráter epistemológico; parece que sócrates fala o tempo todo do conhecimento e de suas possibilidades, parece não perder o foco; parece ainda que isso teria passado despercebido pelo próprio platão; essa referência constante filosofia pode ter sua função política e moral; para mim, no entanto, quero encaminha-la para as concepções epistemológicas que estão no fundamento desse pensamento; sustento que a possibilidade de constituição de um plano de imanência ao qual ainda hoje somos tributários deve-se a essa dobra que o discurso filosófico faz sobre si mesmo, o próprio só sei que nada sei é uma afirmação metafilosófica, ou melhor, é a afirmação metafilosófica por excelência, visto que se refere à falta de caráter teórico em relação ao conhecimento, ou seja, epistemológico, do pensamento até então; portanto, o que define o conceito não seria nenhum rigor racional em relação à doxa; amoralmente falando, ambos teriam inclusive a mesma natureza; o que define o conceito é o plano de imanência constituído por essa dobra do discurso filosófico sobre si mesmo;

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