04 agosto 2011

vozes da floresta

O Projeto Rainforest Voices: music and life of an amazonian people foi a realização de um sonho antigo de dois amigos: Thiago Carvalhaes e Roberto Rezende. Ao ouvirem as primeiras informações sobre a Reserva Extrativista do Alto Juruá, em 2003, eles se interessaram sobre a vida e a história dessa população da Amazônia e passaram a estudar o material que havia sido produzido sobre ela. Em 2006, Roberto realizou uma viagem para a Reserva e, com um gravador de mão, registrou algumas canções dos moradores. Ali nascia a proposta de um dia voltar para lá com equipamentos de gravação de áudio de alta qualidade e produzir um CD com as músicas tocadas pelos seringueiros.
Em 2009, o South-South Exchange Programme for Research on the History of Development (Sephis) aceitou apoiar o projeto, que previa, além da gravação do CD, a publicação de um pequeno livro que o acompanhasse, contando um pouco a história da região através das vidas individuais e das expressões artísticas dos músicos do Alto Juruá.
Entre julho e agosto de 2010 foi realizada uma viagem de campo para gravação e entrevista com parte dos músicos da Reserva Extrativista do Alto Juruá. A equipe de trabalho foi composta, além de Thiago Carvalhaes e Roberto Rezende, por Antonio Barbosa de Melo, conhecido como Roxo e seringueiro e pesquisador da Reserva há mais de dez anos, e também por Hilarino Nogueira, morador da Reserva e conhecedor profundo de todas as regiões da Reserva, pois trabalha há anos como piloto de embarcações.
As viagens pela Reserva Extrativista devem ser feitas de canoa, pois os rios são estreitos. Assim, pequenas distâncias podem levar horas para serem percorridas, pois é preciso seguir o leito dos rios. Nossa equipe passou um mês visitando cada comunidade onde se tinha notícia de um músico. Por questões de tempo, as gravações eram feitas no dia seguinte à chegada da equipe na casa dos músicos. Como não há telefones nem internet na maior parte das comunidades, muitos músicos souberam da nossa presença na Reserva pouco tempo antes de chegarmos em suas casas, mas mesmo assim aceitaram corajosamente gravar suas canções sem ter o tempo prévio necessário para ensaiar. 
No total foram registradas cerca de 300 músicas, com a participação de 27 músicos da Reserva. Os equipamentos utilizados para as gravações foram um gravador portátil Zoom h4n, um jogo de microfones Audio-Technica (4040 e 4041) e um microfone Behringer XM-8500.
Para a edição do material de áudio e produção do livreto foram utilizados apenas softwares livres: sistema operacional Ubuntu, editores de áudio Audacity e Traverso, editor de texto OpenOffice Writer, diagramador Scribus, Quantum GIS e editor de imagens Gimp.

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