uma velha questão
se a droga remete a essa causalidade perceptiva molecular, imanente, resta a questão de saber se ela consegue efetivamente traçar o plano que condiciona seu exercício (p.79);
que palavras mais simples do que “percepções errôneas” (artaud), “maus sentimentos” (michaux), para dizer no entanto a coisa mais técnica: como a causalidade imanente do desejo, molecular e perceptiva, fracassa no agenciamento-droga; os drogados não param de cair naquilo de que eles queriam fugir: uma segmentaridade mais dura à força de ser marginal, uma territorialização mais artificial ainda porque ela se faz sobre substâncias químicas, formas alucinatórias e subjetivações fantasmáticas; (p.80)
chegar ao ponto onde a questão não é mais “drogar-se ou não”, mas que a droga tenha mudado suficientemente as condições gerais da percepção do espaço e do tempo, de modo que os não-drogados consigam passar pelos buracos do mundo e sobre as linhas de fuga, exatamente no lugar onde é preciso outros meios que não a droga; não é a droga que assegura a imanência, é a imanência da droga que permite ficar sem ela; (p.81)
mil platôs, devires
mil platôs, devires
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