15 novembro 2009


10:11
sujeito ou subjetividade
como lidar com a subjetividade?
tal como se lida com o velho objeto, a coisa em si, o sujeito transcendental ou como uma produção imaginária, um construto imaginário?

a questão da corporalidade é fundamental para desestabilizar o processo da normalidade/normalização do corpo-psique universal, da subjetividade normatizada nos processos cognitivos universalizantes que se constituíram como a imagem da subjetividade para educadores;

o corpo retorna como o plano de imanência e não mais como corpo normatizado, cognitivo, constituído numa psicogênese modelar;
tangenciando e abrindo linhas de fuga de singularidade a corporalidade recorta as práticas e processos de subjetivação;

o biopoder destaca as práticas de subjetivação pressupostas na corporalidade de uma psicogênese normativa que se fixa num sujeito transcendental, universal e normal;

se o corpo se dá aqui como plano de imanência, a subjetividade não pode persistir como produto da imaginação, ela se dá como prática, privilegiando os processos de prática subjetiva que, em lugar de nos conduzir numa normatização pela via do gosto estético, o julgamento da forma, do consenso do belo, visa liberar-nos dos contratos em torno de juízos que visam normatizar subjetividades;

a singularidade se perde ao se contrapor aos regimes de valor do universo estético;
nos alienamos e não nos mantemos em pé ao investir contra o consenso, os valores da arte;
trata-se de investir contra a palavra de ordem, contra os pressupostos que suprimem a experiência;

o corpo se torna assim um signo chave nessa consideração;
ele se torna o próprio campo de investigação;
é a partir do corpo que lidamos com sensações, perceptos e afetos;

o biopoder consiste numa dimensão fundamental das máquinas sociais que promovem a normalização conforme definida por foucault;
ele vai desde o tratamento com o corpo e as imagens do corpo, passando pelas teorias humanistas que propõem a abordagem da subjetividade via corpo, tais como as psicanalíticas ou pedagógicas a respeito da psicogênese (da subjetividade) do infantil;

portanto, trata-se de um problema político, já que a tendência da arte é nos conduzir para o corpo e contrapor o biopoder, a assumir nosso processo de subjetivação contrapondo a subjetivação da publicidade, dos mass mídia;
antes do problema individual da subjetividade, refere-se sobretudo ao problema coletivo, o problema de nossas máquinas de enunciação coletiva;

e no caso de admitirmos que somos reféns de processos coletivos de modelização coletiva que entram em conflito com os mais básicos princípios (não falo de valores, ainda) que se possam estabelecer para a apropriação da subjetividade no contexto da educação e do ensino escolar;


09:11
sempre que tento pensar o estruturalismo, como conceito ou movimento do pensamento, absolutamente, caio num vazio de referências, como se nunca o tivesse captado ou como se tivesse esquecido do que se trata;
no entanto, posso retoma-lo imediatamente quando o percebo como um conceito relativo, que só tem sentido a partir dos conceitos totalizantes, absolutizantes que marcam a filosofia, o pensamento ocidental, imagem etnocêntrica do pensamento como pratica política, que vão desde deus até a história;
o estruturalismo se destaca dessa utilização da história como última grande figura do transcendental;
portanto, tomar o estruturalismo, ou mesmo a antropologia, como nova figura do transcendental consiste num equívoco compreensível;
trata-se de tomar esse pensamento numa seqüência, numa linearidade típica da imaginação historicista;
no entanto, o movimento ou imagem do pensamento proposta por essa antropologia remete à outra dinâmica, na qual os próprios pressupostos do pensamento que a originou sejam postos à vista;

em lugar do movimento de transcendência que relaciona o conceito e o pensamento ao absoluto, os conceitos passam a se referir numa dinâmica relacional, tal como a lingüística passa a conceber a linguagem e o sentido;


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