04 junho 2009



olá
gostei muito de sua proposta de lançar um olhar sócio-histórico sobre o próprio vygotsky e sua teoria sócio-histórica;
minhas reflexões vão no mesmo sentido de que assim como não podemos isolar o indivíduo para compreende-lo como fenômeno psicológico em transformação, também não podemos isolar o pensamento de um intelectual da realidade que constitui esse pensamento;
considero que seja fundamental contextualizar o pensamento do autor para compreender o que difere, de sua época para a nossa, nos conceitos e disciplinas que utilizou;
certamente, o que se entendia, para dar um exemplo, como 'história' nesse contexto, ou no brasil da época ou de há cinquenta anos, não é o mesmo que entendemos como história hoje aqui ou mesmo na rússia;
nesse debate lembraria as palavras de graça veloso em relação aos estudos de teatro:

No que diz respeito aos registros historiográficos, propõe-se uma maior abrangência sobre esses fazeres, retirando o caráter de hierarquização que coloca os rituais gregos como origem do teatro e lançando outras possibilidades de se perceber esse campo.
Assim, o etnocentrismo com que esta prática é geralmente trabalhada pode ceder espaço a outros ambientes tão importantes quanto aquele em que se deram as manifestações de adoração ao deus Dioniso.
Ou a visão linear/historicista que domina a maioria dos currículos de ensino de teatro no Brasil e coloca um movimento sempre como conseqüência de um anterior e causa de outro, posterior.
Esta percepção pode ser substituída por uma compreensão trajetiva em que o Renascimento, por exemplo, foi o que foi pela visão que os próprios renascentistas podem ter tido da Idade Média.
Pode-se ter a construção de outro medievo que não propriamente o vivido por seus fazedores, mas aquele que passa pela percepção do Renascimento. Afinal, está provado em várias correntes acadêmicas que a história nada mais é que uma grande rede de versões, muitas delas antagônicas entre si (Nova História, Antropologia do Imaginário).
Veloso, G. Fundamentos da licenciatura em teatro, p.2

concordo com veloso que a 'História' nos teria legado uma visão etnocêntrica, que desperdiça outras concepções culturais do tempo e das experiências temporais, tal como a da aprendizagem ou a da experiência do ser humano no tempo, o que chamamos seu 'desenvolvimento';
é isso
abs

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