21 maio 2009


a questão dos valores
abolir ou suprimir a questão dos valores que pressupõem um direcionamento ao problema e à problematização, já é tomar uma posição nesse debate que envolve a linguagem como campo de saberes;
trata-se inicialmente de um problema social e político (já tratado com humor na literatura modernista que deu uma bem humorada abordagem à questão);
esse problema se articula com o caráter social e político de outros campos de conhecimento, visto que a linguagem consiste no meio de expressão de tantos saberes;
portanto, trata-se de um complexo problema epistemológico;
como se sabe, a linguagem ao longo do século vinte estremece e dá outras referências ao conhecimento ocidental, revolucionando a própria concepção e o lugar da epistemologia;
na filosofia, nietzsche, ao evidenciar a produção de valores para além ou aquém de sua crítica, dinamitou a velha imagem da verdade transcendental, relativizando a verdade com uma imagem da filosofia e do conhecimento como imanência da linguagem, como estilo, como questão estética;
na ciência da subjetividade, a psicologia, a linguagem conduz, de freud a lacan, a uma outra imagem da subjetividade, uma outra imagem do homem, que se desdobra numa outra imagem da disciplina e, daí, numa outra imagem do conhecimento;
na antropologia, a lingüística, através do estruturalismo, possibilita uma reinvenção da disciplina. também na esteira de uma revolução na imagem do 'homem' (ocidental);
essa articulação de campos abala os pilares historicistas da tradição do século dezenove;
a contingência histórica, que proporcionara tantas investidas contra os resquícios de um pensamento marcado pelo absoluto, tinha se encarnado como o mito do estado, que dera origem a uma ciência régia, falando em nome de uma ficção do estado, o homem universal, o homem da história universal;
mas como livrar-se da história após aprender a pensar com ela e com suas referências: progresso, razão, fatos, dialética etc

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