18 janeiro 2009


platôs
num livro, como em qualquer coisa, há linhas de articulação ou segmentaridade, estratos, territorialidades, mas também linhas de fuga, movimentos de desterritorialização e desestratificação; as velocidades comparadas de escoamento, conforme estas linhas, acarretam fenômenos de retardamento relativo, de viscosidade ou, ao contrário, de precipitação e de ruptura;
tudo isto, as linhas e as velocidades mensuráveis, constitui um agenciamento;
um livro é um tal agenciamento e, como tal, inatribuível; é uma multiplicidade mas não se sabe ainda o que o múltiplo implica, quando ele deixa de ser atribuído, quer dizer, quando é elevado ao estado de substantivo;
um agenciamento maquínico é direcionado para os estrato que fazem dele, sem dúvida, uma espécie de organismo, ou bem uma totalidade significante, ou bem uma determinação atribuível a um sujeito, mas ele não é menos direcionado para um corpo sem órgãos, que não para de desfazer o organismo, de fazer passar e circular partículas a:significantes, intensidades puras, e não para de atribuir:se os sujeitos aos quais não deixa senão um nome como rastro de uma intensidade;
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não se perguntará nunca o que um livro quer dizer, significado ou significante, não se buscará nada compreender num livro, perguntar:se:a com o que ele funciona, em conexão com o que ele faz ou não passar intensidades, em que multiplicidades ele se introduz e metamorfoseia a sua, com que corpos sem órgãos ele faz convergir o seu;
um livro existe apenas pelo fora e no fora;
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é preciso fazer o múltiplo, não acrescentando sempre uma dimensão superior, mas, ao contrário, da maneira simples, com força de sobriedade, no nível das dimensões de que se dispõe, sempre n 1 [é somente assim que o uno faz parte do múltiplo, estando sempre subtraído dele];
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um rizoma não cessaria de conectar cadeias semióticas, organizações de poder, ocorrências que remetem às artes, às ciências, às lutas sociais;
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a língua se estabiliza em torno de uma paróquia, de um bispado, de uma capital;

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os fios da marionete, considerados como rizoma ou multiplicidade, não remetem à vontade suposta uma de um artista ou de um operador, mas à multiplicidade das fibras nervosas que formam por sua vez uma outra marionete seguindo outras dimensões conectadas às primeiras;

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um agenciamento é precisamente este crescimento das dimensões numa multiplicidade que muda necessariamente de natureza a medida que ela aumenta suas conexões;

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