31 janeiro 2009

inventando para ser inventado

a relacionalidade na antropologia
em roy wagner o que se tem é uma circunscrição fundamental dos problemas implicados no relativismo e no interpretacionismo que desponta principalmente com geertz;
não se trataria de descrever a cultura, pois a cultura está sendo desconstruída como objeto numa relação sujeito-objeto que pressupõe a ambos, ou uma imagem de ambos;
a invenção da cultura proporia desconstruir a imagem de uma antropologia descritivista, de uma etnografia como descrição ou pelo menos com descrição realista, se pensarmos em termos literários;
trata-se de desconstruir essa imagem da antropologia colocando em relação ‘a’ cultura e as culturas;
as culturas e a cultura como produtos de nossa cultura e não objetos transcendentes desprendidos de sua realidade política e valorativa;

não se trata propriamente de dialogismo, visto que o dialogismo remete ao contexto lingüístico e político em que se movimenta bakhtin e apesar de ele trabalhar subjetividade ou intersubjetividade a partir do regime literário de subjetivações, ele ainda se mantém preso a preconcepções de sujeito e objeto em seu referencial producionista [sujeito produz objetos];
preferimos aqui tomar como referência a noção de discurso ou discursividade de foucault por seu caráter ‘mais’ antropológico, isto é, pressupondo a desconstrução do sujeito transcendental, do sujeito como forma pré-concebida;
foucault já trabalha com a diferencialidade do sujeito, uma imagem da subjetividade como linha de fuga, como o que escapa, ou como relação, para entender o poder como força de subjetivação;
o sujeito se descontroi a partir da relação, mas não de uma relação identitária, que constitui identidades, uma subjetivação do devir;
uma experiência de pós¬antropologia que será levada a cabo nos mil platôs, esse misto de filosofia e literatura, estética e arte...

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