03 janeiro 2009


discurso da violência
não esquecer a pesquisa sobre os discursos militares de vigilância discursiva;
lembrar também que um dos objetivos dessa pesquisa é misturar enunciados registrados de memória com enunciados literários que visam descrever a modelagem das mentes pela censura de pensamento e discurso proposta pelos militares em sua função de conformadores de uma realidade maleável ao autoritarismo, tendo como ferramenta principal o medo e todo um regime de imputação do terror para o controle o outro em dimensões inconscientes, isto é, dimensões que devem se desdobrar em processos criativos futuros;

lembremos por hora o texto de rolnik, deleuze esquizoanalista, e a carta recebida por viveiros de castro;
podemos ainda tomar, em alguma medida, o conceito de palavra de ordem de mil platôs;
temos ainda o poema de brecht, sobre a voz (um dia eles entram em sua casa e arrancam sua voz) que sintetiza bem o processo ao qual buscamos recompor, demonstrando como esse regime autoritário que nos é imposto está impregnado em nossa configuração e como o engolimos diariamente em nossas refeições;
não se trata de aceitar o que foi feito, a tortura e o assassínio, trata:se de nosso assassínio cotidiano, da tortura de nossas mulheres;

outro exemplo será o dos enunciados colocados no tribunal de pequenas causas que visam antes intimidar que informar o princípios das práticas de seus funcionários;
cabe ainda aprofundar a associação entre os militares e o regime jurídico liberal e anti-democrático instalado nessas plagas;

também cabe uma brincadeira com o imaginário guerreiro dos militares;

por esse devir não nos conformarmos com as migalhas e com um discurso de vencedores democráticos que não é nosso;
é necessário que perdemos, que perdemos violentamente, que idealizamos nossa liberdade na forma do estado e se vamos continuar a reprodução dessa imagem de liberdade oficial herdada dos militares como prato feito;

a importância de se retomar tais enunciados está não só em exorcizar os fantasmas que impregnam os nossos discursos, mas também no fato de nossos processos de subjetivação atravessarem necessariamente tais enunciados, tais palavras soltas outrora mas que continuam reverberando até serem silenciadas, até os nós serem desfeitos em nossas produções discursivas, até esses peixes serem pescado em nossas redes enunciativas;

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