18 janeiro 2009


agenciamento, não poderia tudo que se perseguiu durante aqueles anos ser sintetizado no vislumbre de um agenciamento;
quando renunciamos a e denunciamos o representacionismo como forma de controle, como tecnologia, dispositivo de controle, ainda era o negativo preparando os caminhos da criação, da concepção com toda sua tragicidade, com todo o fenômeno temporal que ela implica, fenômeno de alteração de velocidades, de escapar à configuração histórico:transcendental de um tempo como pressupostos de ordem, de evolução, de progresso;
só quando se passa a lidar mesmo com a criação, com suas compressões de tempo, com suas sínteses simbólicas, com seus vislumbres oraculares, então é que o agenciamento opera;
quando fizemos uso dos rituais descritos por nimuendaju era porque havia ali uma comunicação entre o que se descrevia e o processo de expressão da experiência de temporalidade e devir presenciada naquele ritual;
criar, portanto, exige uma outra experiência temporal, exige trabalhar o texto em sua materialidade a procura de sínteses que não se encontram num devir explicativo, a se colocar objetivamente diante dos processos;

não se trata, nunca, de explicar em que consiste um agenciamento, ele escapa sempre a explicações, trata-se sim de simular o agenciamento de simular processos, velocidades, cortes, linhas de fuga, movimentos, devires;
o agenciamento não se presta a explicações, não se pode parar o tempo para explica-lo, trata-se de pega-lo como se pega uma onda, como se pega um poema, uma onda de inspiração mística;
só se sabe estando nele sem querer domina-lo;

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