11 dezembro 2008



quando o antropólogo (usemos o pronome masculino) vai morar com um povo ameríndio ou melanésio – jean monod, sobre os piaroa da venezuela, e roy wagner sobre os daribi da nova guiné, contam anedotas bem parecidas – ele necessariamente tem problemas enormes no aprendizado da língua; passados seis meses, ele vai se queixar junto aos seus anfitriões: ‘sua língua é terrivelmente difícil, não consigo aprende-la, é um trabalho muito lento, não avança’; então as pessoas respondem: ‘é preciso que você coma nossa comida para aprender nossa língua’; no fim de duas semanas, o antropólogo diz: ‘não faço outra coisa a anão comer da sua comida e as coisas continuam iguais’; a resposta é: durma com uma de nossas mulheres, a língua vem’; o sujeito (admitamos que ele seguiu o conselho) volta depois de alguns meses: ‘continua tudo igual’; desanimadas, as pessoas dizem então: ‘nesse caso você precisa tomar um de nossos alucinógenos’; aí é preciso ser realmente idiota para que a receita não funcione... até porque, a essa altura, o antropólogo já terá feito algum progresso na língua;
evc: encontros

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