02 dezembro 2008


outro procedimento ingênuo será tratar o diálogo de conhecimentos ou culturas a partir de um sem número de pressupostos etnocêntricos que desconsideram e simplificam questões fundamentais para o entendimento da ciência régia, nosso próprio regime universalizante de saber-poder, ao enquadrar os outros conhecimentos e sua diferencialidade nos pressupostos que nos sustentam;
a princípio, a própria possibilidade de qualquer ‘diálogo’ entre regimes não pode ser outra que não o conflito, a resistência à universalização proposta como ponto de partida para o suposto ‘diálogo’ proposto pelo ocidental;
o que é chamado de simetria consiste na inversão do olhar, na possibilidade de ver a luta, o embate, a guerra, na dinâmica de qualquer diálogo entre conhecimentos;
antropólogo e nativo: como um se apropria do outro, como a antropologia vai sendo aos poucos conquistadas pelos povos indígenas, conquistada como seu espaço político no conhecimento branco, território em que eles se podem fazer ouvir, cada vez mais autonomamente;
portanto, a antropologia como zona ou campo de conflito de saberes da qual cabe ao antropólogo tirar conseqüências e vantagens para, em lugar de perder espaço, conquistar outros territórios, seja às custas dos povos indígenas e seus equívocos, seja às custas das próprias insuficiências da ciência régia;

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