02 dezembro 2008


esses processos integradores do estado apóiam-se numa forte (por vezes fanática) crença nos valores universais de tais práticas e conceitos;
não se trata simplesmente da religião, que consiste na prática da imposição da fé e no produto de colonização cultural por excelência;
a prática catequética dificilmente poderá ser desvinculada do letramento, da laicização jurídica do estado e mesmo de toda a concepção de mundo científica que a sucede no ocidente como visão de mundo;

portanto, tomar simplesmente nossa tradição cultural, com todo seu peculiar liberalismo travestido de democracia (leia-se, marginalização dos descapitalizados), como direitos adquiridos dos povos indígenas a nossa tradição cultural, só pode resultar de uma deficiência intelectual que abate uma sociedade neo-liberal e super-capitalista;
mesmo a presença das supostas ‘diferenças’ em nosso cotidiano não se atribui a um fortalecimento da democracia via fortalecimento dos movimentos sociais;
em vez disso, atribui-se a um mercado de direitos e identidades que emerge com o aperfeiçoamento do controle social por parte do estado;
a diversidade de estado que se discute aqui não é uma diferença, pois ela visa estritamente um tipo de homogeneidade controlável;
a categoria dos diversos não pode escapar, não pode mais escapar, pois se reconhece os perigos com que ela ameaça o estado e a homogeneidade dos consumidores;

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