11 novembro 2008



há muitas maneiras de disputar perspectivas

que perspectivas são todas válidas: creio que a diferença está em agenciar ou não este enunciado
no entanto, enfim, sempre que sou abençoado, digo amém
não é nem questão de fé
penso que é mais convenção social que superstição
penso que é uma forma de ridicularizar meu ateísmo, de rir de mim mesmo, de meus valores e verdades
mas voltando - sem sair - à questão do enunciado: 'todas as perspectivas são válidas', estava lembrando que ainda hoje me ocorreu a seguinte fixa: e se eu fosse negro
engraçado, não pensei indígena
ou melhor, já pensei tantas vezes que não seria novidade, mas imaginar-se negro foi para mim uma surpresa
pensei que em muitas situações em que me meto e sinto a mão mansa da 'sociedade', se fosse negro, não teria chance
enfim, imaginar-me negro foi estranho, muito mais do que imaginava que fosse

voltando ao enunciado: todas as perspectivas...
parece questão similar à questão antropológica do quem identifica quem
quem diz quem é índio e quem não é
quem identifica e quem é identificado
que, por sua vez me lembra aquela nossa questão: o problema está na pergunta
a velha pergunta, descendente dos mais velhos ainda pressupostos

enfim, quem valida perspectivas...

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