04 novembro 2008

a diferencialidade da fala, eis o que vai potenciar e afetar a literatura dita moderna, do século vinte; é quando começam a ruir as formas pressupostas da representação que marcam a literatura de/até então; a marca da linguagem até então era o transcendental de um sujeito, de um sistema, de um mundo de uma representação, de uma interpretação; livrar-se da sistematicidade ou do transcendental da língua; abolir as esferas que dicotomizam através da criação, a criação será a terceira ou a única via há tempos, a via da sutura linguagem-mundo/natureza-cultura, do agenciamento, do discurso, da ação discursiva, da estética da existência; a fala como estilo, como pura diferença; a partir daí a lógica aristotélica que explicará nosso mundo não será suficiente nesses novos espaços; depois do estruturalismo, o sentido foi desvelado, sua constituição teve sua genealogia; a lingüística não nos orienta para o sistema, mas para a fala, para a diferencialidade; seus recursos servem para exorcizar o sistema, não para fetichizá-lo; arbitrariedade e convenção nos liberam para a diferencialidade da fala; significado nos libera do referente transcendental; pensar a estrutura por si não nos leva longe; sim, ela servirá para superar uma série de outras leituras, por exemplo clássico, do mito, da literatura; especialmente a forma histórica com seus transcendentais, seus personagens;

os agenciamentos proporcionam uma teoria prática da criação, da criação no plano de imanência, em que as experiências fazem a sutura dos planos linguagem/empírico no devir; assim como se produz linguagem, produz-se realidade, a realidade não é o dado em oposição ao construído da literatura; e por isso a literatura é assediada por essa sua imagem exterior ao mundo empírico, pela mesma razão que o mundo empírico se reveste desse sentido de dado, pronto, fato, transcendental; por isso a forte presença de foucault, o rizoma foucault, visto que esse rizoma procurou definir o funcionamento desses agenciamentos, dessas produções; por isso ainda a idéia de produção é ocupada pela de agenciamento; a noção de produção tem esse duplo sentido linguagem/empírico, mas seus pressupostos ainda estão assediados por essa cisão;

Visitor Map
Create your own visitor map!