25 novembro 2008



de volta à guerra

se nos voltamos à socialidade [ainda que travestida de história] com as explorações sociológicas do século dezenove, relativizando o discurso positivista que evidenciava o etnocentrismo de um pensamento colonizador em torno do mito universal da humanidade como contrato de paz, na filosofia, o conhecimento, outra prática social [histórica, isto é, cultural], também investido desse caráter político, redefine o mundo/cosmos como experiência ou prática de conhecimento;

o velhos discursos produtores de humanidade, isto é, subjetividade, dobram-se para lidar com um plano intacto nesse pensamento eurocêntrico;
a velha prática da convergência que garantiu a coerência de um projeto moderno de mundialização do capitalismo, passou a conviver com outra forma social de produção de subjetividades via conhecimento: a divergência;
todo o projeto epistêmico que descende do imaginário moderno baseia-se no princípio sócio-cósmico da convergência;


externalizando a violência que o pressupõe, o imaginário da convergência possui direta relação com as práticas de conversão cristãs que fundamentam a política de colonização num discurso pacífico, ainda que sob as armas;
essa ambigüidade de um estado colonizador cristão, isto é, violento e pacífico, nos interessa em nosso problema da política de conhecimento praticada pela metrópole;
a ambigüidade de um contrato de paz garantido pela violência;

quando esse contrato se redefine [como contratação], com a redefinição mútua da imagem da sociedade e do conhecimento, e, de mito fundador passa a operar como forma da socialidade, percebemos que a prática de violência sob a forma da convergência pacífica não consiste num ato histórico fundador e sim numa pactuação cotidiana de submissão aos pressupostos, o fetiche das verdades;

o valor da guerra, concebido a partir do relativismo, isto é, a guerra pela imposição de verdades, é redefinido quando a imagem do conhecimento como verdade se mostra irredutível à paz;

a política é a guerra por outros meios, como dirá foucault;

a imagem do conhecimento como guerra ou, a partir dele, a imagem da guerra como conhecimento faz rizoma com a imagem do conhecimento em nietzsche;
conhecimento sem verdades ou conhecimento das verdades, aquelas orientam a prática do conhecimento;

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