29 outubro 2008

perspectivas são construídas, perspectivas não são dadas/dados;
perspectivas são relacionais, não são em si ou fazem sentido por si;
perspectivas se constroem a partir de relações de conhecimento, de contrapontos epistêmicos;

nossos interlocutores aqui quem são: os kuntanáwa em si, os kuntanáwa construídos em seus processos de subjetivação, os kuntanáwa formulados a partir da impressão em livro e análise antropológica de seu mito fundador etc;
de outro lado quem somos nós a antropologia, qual antropologia, teoria histórica-antropológica, a antropologia de assessoria que trabalha focada na garantia dos direitos sacrificando por vezes a própria teoria, a antropologia que pulveriza os sujeitos em fragmentos moleculares (devires e processos de subjetivação contra a redução identitária do controle social do estado);
que tipo de interlocução é essa, penso que essa questão corta de fora a fora a nossa problematização;
um problema talvez de como escrever antropologia, como formular as questões desse nosso contexto desconstruindo um a um os principais pressupostos que nos prendem às noções afins da identidade, as noções desse campo semântico, dessa matriz hermenêutica, desse viés político;
se a visão totalitária própria da história se dissolve nos limites do indivíduo e das histórias de vida, isso precisa ser problematizado;
penso, no entanto, que nossa proposta é superar o indivíduo e operar cortes transversais nesse material etnográfico;
ele não serve para comprovar teses ou legitimar nossas idéias [no velho estilo demonstrativo das citações];

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