12 agosto 2008



três dimensões do enunciado
o enunciado desconstrói o signo em sua imagem representacionista que pressupõe ou determina um mundo ou natureza a ser representada, dado;
em suas três dimensões articula objeto/objetividade, sujeito/subjetividade e meio/linguagem;
em relação à imagem do objeto, à objetividade do referente, a linha de fuga consiste na prática de um intervencionismo construtivista que se contrapõe às políticas científicas de estado e ao mercado das pesquisas;
em lugar de um positivismo que parte da neutralidade, um construcionismo que se volta contra um circuito fechado e uma disposição conservadora do saber;
aqui visa-se afirmar a multiplicidade de mundos possíveis [isto é, não determinados] impetrando entradas na homogeneidade naturalista do multiculturalismo, entradas essas ativadas [mas não determinadas] pelo reconhecimento e a prática de conhecimentos tradicionais contra a teoria onisciente da ciência moderna;
em lugar do conformismo ao mundo explicado e ensignado [da escola], o universo como opera aberta e multiplicidade experimental;
essa outra imagem do mundo e da objetividade se articula a uma concepção de subjetividade, ambas acionadas por um outro uso a linguagem;
se o mundo constituído em signos não será uma unidade homogênea, o sujeito ou a subjetividade tampouco o será;
neutralizando a imagem tradicional do sujeito, associado a uma suposta essência universal pré-determinada e, por isso, disposta ao espírito padronizador da explicação científica, define-se um programa de práticas subjetivas;
tal concepção nos libera dos processos conservadores de normalização para práticas de subjetivação associadas à multiplicidade;
aqui, também [e não somente] identificar as funções conservadoras da concepção tradicional de sujeito consiste em prática de subjetivação, mas sobretudo experimentar com a subjetividade a subjetivação;
interessa, no entanto, decifrar a concepção tradicional do sujeito e as funções dessa subjetividade como prática discursiva;
uma projeção política sobre essas instituições ou práticas sociais tradicionais: o mundo e o homem, nos chamam a atenção não só pela reconfiguração das imagens da objetividade e da subjetividade que instrumentalizam nossa produção de mundos e pessoas, mas também e especialmente pela redefinição daquilo mesmo que se entende por ação política;
isso pois a política supera sua área restrita, disseminando-se em práticas cotidianas, proliferando-se pelos meios mais inóspitos dos conservadorismos objetivantes e subjetivantes da positividade;
esse deslocamento terá na concepção e no uso da linguagem um ponto de inflexão determinante;
o conservadorismo da imagem tradicional do homem e do universo estão assentados num uso conservador da linguagem;

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