10 julho 2008



proporcionar relações não fascistas, intermediadas pela horizontalidade, pela relação generosa com os processos que envolvem decisão e poder, uma relação de participatividade generalizada;
a postura aqui não deve ser a da solução de problemas, postura do burocrata, do homem de estado;
a postura aqui não é nem a do professor, que trabalha com um tempo mais amplo, mas ainda assim tem como fim e objetivo a aprendizagem do estudante;
minha postura é a do humanista que e interessa pelos problemas do homem, por tudo o que diz respeito ao homem;
o humanista como um anti-moralista, ao qual não interessa o que as pessoas devem, deveriam ou deverão ser, mas se interessa por aquilo que elas são e fazem, buscando o que há de revolucionário e reacionário em suas prática espontâneas;
lidar com o poder desdobra mais sintomas que intencionalidades;
livremo-nos da obsessão por intenções;

enfim esse anti-moralismo nos leva a um anti-objetivismo que tem muito daquilo que conhecemo como zen;
dessa forma esse trabalho com a disseminação do poder se assemelha não a estratégias de captura mais sofisticadas, tal qual a da esquerda neoliberal que nos ensina performances de hipocrisia que fariam maquiavel se revoltar;
esse trabalho com a distribuição de poder, de vozes, de agenciamentos de enunciação, de veículos públicos de manifestação converge para uma postura lúdica que encara essa prática como um exercício sem fim a curto prazo, sem mesmo um fim que não seja o do fluxo da distribuição de poder, de agenciamentos processuais;
seja o lugar em que nos propomos a uma tal distribuição na sala de aula, na administração pública etc preparemos-nos para ver o poder manifesto, o poder liberado, práticas outras de exercício do poder;
seja onde nos propusermos a horizontalizar instâncias decisoras em lugar de centraliza-las, envolver outros agentes nas tomadas de decisão não devemos esperar uma postura agradecida, a qual só vem a reforçar nossa posição e denunciar que ainda somos nós que estamos na condução;
essa concepção fantasiosa do poder serve antes para proteger nossos olhos ofuscados diante do poder, diante de um poder abstrato e invisível que se torna visível nas práticas desses agentes, em suas disputas mesquinhas, em sua luta pelo poder pelo poder;
o que esperamos muitas vezes é que as pessoas possam se submeter por sua própria conta, legitimando o exercício opressivo do poder do agente de estado;esperamos que a máquina funcione direitinho, a servidão voluntária do contrato social funcionando em um órgão de opressão oficial: eis o mundo idealizado pelos sociólogos;
dessa forma, a luta de todos contra todos justifica a conduta do opressor de estado que tira da mão das crianças o brinquedo que ele lhes havia concedido;
justifica que eles não estão preparados para a participação ou o tipo de participação que ele idealizava para elas;
a distribuição do poder não foi uma boa solução para justificar seu exercício hierárquico e opressor de poder;
para ele, o exercício do poder não pode ser um processo de subjetivação, algo como uma estética da existência;
sua exigência de ordem não permite essa experimentação com o poder, ele se identifica ao poder e essa não é a imagem que ele quer de si;

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