03 julho 2008



o conhecimento pensado abstratamente, conhecimento pelo conhecimento, consiste numa ferramenta forjada no seio da etnocêntrica cultura hegemônica;
essa concepção de conhecimento que aciona pressupostos e embasa um senso comum, consensos valorativos inqüestionáveis, tomados as maiorias silenciosas como pontos-pacíficos e não-problemáticos;
eis outra face ou um uso diverso daquilo que se denomina palavra de ordem;
nesse processo, a noção de consciência ou de sujeito consciente operam estancando desde a primeira instância a imagem do sujeito, o que se faz em harmonia com a epistême que constrói essa mesma imagem ou que se reproduz nessa imagem;
não me vejo na função de colocar para supostos sujeitos uma opção predeterminada de diferença ou de igualdade, ainda mais se estas noções já vierem sustentadas nos pressupostos do senso comum, este meio tão propício à cultura das mais diversas espécies de preconceito;
acredito que os novo mercados das subjetividades que marcam fundo o capitalismo mundializado tem se apropriado da diferença para o processo de complexicização do sua matriz mass, isto é, de produção em massa que caracteriza a era industrial;
dessa forma, faz-se uma apropriação da diferença em função de valores homogeneizantes, o que é diverso de se afirmar a diferença nesse campo homogêneo de valores;
enfim, não nos interessa a igualdade garantida pela ordem capitalista, em que a igualdade se define pelo direito ao consumo, uma igualdade pelo consumo;
essa tem sido a bandeira da promoção social dos neoliberais governos pseudo-socialistas que operaram uma apropriação do discurso dos movimentos sociais para enfeitar seus comícios com os cadáveres dos resistentes mortos em combate, que transforma em mártires históricos esses símbolos contra a própria história [esse velho intensificador de poder], que coloca hoje no mercado a própria alma dos indígenas que ajudou a dizimar outrora;
consumi e o consumo vos igualará;
num contexto nada neutro, visamos afirmar a diferença como resistência, contrapondo-a à dinâmica hegemônica que tende à homogeneização;
não guardemos ojeriza em relação aos processos de diferenciação, não é bandeira nossa militar contra as práticas guerreiras que são contrapostas e dão sentido ao nosso contrato social, à violência de estado, com suas guerras justificadas pela defesa da democracia;

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