10 junho 2008



nunca pensei em trabalhar com povos indígenas por conta de seu risco de extinção, para conservar essas culturas como patrimônio da humanidade;
o que me deslumbrou desde a primeira vez que os vi: vivendo, conversando, cantando, recebendo etc, o que me deslumbrou foi sua socialidade viva;
acreditei nessa socialidade, nessa subjetivação como algo, como um processo e um ato de resistência;
foi isso que vislumbrei quando vi aquelas crianças cantando;
era naquilo que queria me dedicar, pois não entendia como o capitalismo brutal deixava aquilo sobreviver;
não entendia ainda como o capitalismo fazia pra lucrar com aquilo;
em contato com a ansiedade do antropólogos, ainda que esse assédio seja menor com os mendicantes guaranis de dourados ou mesmo de são paulo, passei a começar a compreender o seu lugar no mercado;
minha decepção inicial foi com a retórica vazia da educação indígena e a negociação discursiva que acabava em nada ou em oficialização de uma educação escolar, de um enquadramento escolar e oficial para uma 'cultura indígena' ou seu fantasma;

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