24 maio 2008



perspectivismo
não se trata de relativismo;
mas como escapar ao relativismo, essa sutura do conteúdo à expressão, do plano da palavra ao plano da coisa;
concebendo que sustentar o plano de expressão numa relação de representação com o plano do conteúdo consiste em projetar um fantasma do plano de conteúdo que deverá territorializar esse plano de expressão;
o devir consiste na autonomia relativa desses planos [já que pressuposição recíproca] para a produção de movimentos de desterritorialização: delírios que se reterritorializem por sua dimensão política, que não percam irremediavemente o contato com a realidade [dessa pressuposição];

o relativismo não só não pressupõe ou não pode pressupor essa relação desterritorialização/territorialização, como se mantém atrelada a uma relação de representativiade entre expressão e conteúdo;

os determinismos da infra-estrutura na produção da superestrutura, na produção de conhecimento, baseia-se nessa relação de representação entre conteúdo e expressão;
essa é a relação de palavra de ordem: em que o conteúdo determina a expressão;
para além da palavra de ordem: a dinâmica desterritorializante com que se visa atingir e modificar os corpos a partir dos enunciado e vice-versa;
afinal, lembrando bachelard, o processo de definição de um enunciado pode ser comparado à evolução de uma flor;
as desterritorializações seriam enxertos;
desterritoriaizações como as intervenções que visem o estranhamento das instâncias, dado que o seu equilíbrio serviu à constituição da imagem representacionista dessa relação;

o que vem a ser escrever antropologia com isso;
certamente não consiste em descrições de sociedades, nem tanto relativizar o plano de expressão, submetendo-o [e nossa percepção] ao plano de conteúdo [predefinido ou territorializado];

trata-se, portanto [ou talvez], de estabelecer os critérios de uma intervenção que não recaia na palavra de ordem;
intervenção: relação problemática entre mundo e palavra, entre conteúdo e expressão, que leve em conta menos o 'dizer' que o 'fazer' da expressão, do enunciado;

o relativismo reitera uma imagem ou um fantasma do conteúdo, uma sua unidade pressuposta às variações da expressão;
o relativismo se prende continuamente a uma imagem da linguagem, da relação interior/exterior;

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