15 abril 2008




não estou certo
de encontrar aí
guarida segura
teu olhar vacilante
me desconfia
ainda mais


estas em casa
eu não estou
sou estrangeiro
aqui
onde todos
se sentem
seguros
em casa
na cidade
terra de todos
estado de paz

aqui sou estranho
só eu
estrangeiro
- de outro lado
do mundo -
selvagem
brabo
bárbaro

nem a noite
nem nada
de marginal
me aliena
dessa condição

entro na noite
posso ver seu
futuro
não sou

não me limito
aqui
minha aldeia
vai longe

volto pra mata
lembro a cidade
esqueço depois

só a mata fechada
e os sons
de bicho
de chuva

só isso

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