27 março 2008

em lugar do positivismo pé duro e sem direção [subjetiva], cujo despropósito leva à atitude integracionista de se imaginar o índio a partir de si mesmo [quando índio se trata, de fato, de uma noção [não só relativa como] relacional] por que não assumir um relacionismo explícito que pode até estabelecer a subjetividade indígena como contra-modelo das subjetividades capitalísticas [com o que se evita uma série de elisões, em que as subjetividades capitalísticas, com seu poder de onipresença tendem a cooptar o heterogêneo] ou como modelo de subjetividades anti-capitalísticas, em que se toma a dinâmica da alteridade ameríndio como processo de subjetivação a afrontar a homogeneização típica da civilização capitalista;

o relacionismo servirá para escapar da armadilha positivista de imaginar o indígena a partir de si, sem estabelecer perspectivas valorizadoras, ou seja, diluindo-se na generalizada perspectiva ocidental que perpassa desde a onisciência histórica até a transcendente ciência natural;

em lugar de se elidir perspectivas valorizantes, a moda da neutralidade que define a imagem do pensamento ocidental, positivado como imagem do mundo, como representação da realidade;

inverter essa elisão de perspectiva que absolutiza naturalmente o saber ocidental [na forma de uma perspectiva absoluta] consiste em definir um olhar capaz de atualizar a relativização e a heterogeneidade;

por isso, deslocar-se do gesto de imaginar-se nesse universo do absoluto institucionalizado pela escola;

em lugar desse exercício de alienação, manter-se na atividade política de ponderar o contato de forças, a relação de perspectivas que se recriam em interação, atividade que, aí sim, caracteriza um exercício reflexivo e articula a escola como processo de subjetivação;

homogeneizar consiste em fixar a posição do brasileiro;

dar-lhe mobilidade e problematizá-la evidencia o conflito interno, a cisão entre metrópole e colônia dentro de cada um de nós;


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