12 março 2008

em lugar de blocos fechados [e substanciaizados] contra os quais se guerrearia, o que se terá então, nesse horizonte colonizador, são selvagens e pagãos que, segundo um imperativo moral, devem ser civilizados tanto pela ordem de cima ou vertical [cristianismo] como pela de baixo ou horizontal [estado];

é possível relacionar a mudança de perspectiva em relação ao marxismo [que relativiza vitimização do proletariado a partir da revitalização da problemática da servidão voluntária], em que se procura rever tanto a vitimização quanto o estatuto subjetivo [macrocategorias sociológicas] do proletariado [por meio de uma reformulação ou revolução da psicologia social que atacava desde seus pressupostos até suas práticas de saber-poder de estado], com o estudo das tecnologias de poder, da micropolítica, que dissemina o poder nas relações cotidianas, e nas disciplinas;

quando foucault divide a responsabilidade da exploração com o proletariado, pode-se vislumbrar não só as tecnologias de poder burguesas, que operam com a vigilância e o controle totais, descendendo das técnicas de confissão religiosas/católicas, que possibilitam a formulação dessa velha psicologia, também conhecida nas sociedades protestantes, do controle social exercido pela sociedade contra ela mesma, ou das formas de socialidade voltadas ao auto-controle;
quando se coloca nesse horizonte, pode-se vislumbrar mesmo as formas de controle social do capitalismo global, que convergem sobre o desejo [consumo] e o tomam como princípio de controle;
daqui se pode tirar todo um estatuto de subjetividade próprio, em que a subjetivação ou estética da existência pode fornecer formas de resistência à padronização e ao controle subjetivos;
quando a própria pessoa se torna mercadoria ou a subjetividade [não só entra no como] ocupa o cerne dos circuitos da mercantilização, as formas de resistência se deslocam para outros recrutamentos;

da forma como foucault demonstra o modo de funcionamento das disciplinas e a difusão do poder que elas implicam, deve-se pensar focos e formas de resistência que lidem nessa dinâmica;
não só desdobrar os problemas epistemológicos cruciais pesquisados pelo filósofo, mas estender suas pesquisas ao plano de imanência dos confrontos de resistência, estendê-las na forma de práticas sobre o aparelhos de estados e suas formas subjetivas;
nesse contexto, o problema da liberdade ganha nova vitalidade, desdobrando-se em dimensões antes inimagináveis;



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