25 fevereiro 2008

remissão de pena devir revolucionário (3)
se a subjetividade é o campo (ou plano de imanência) que nos restou para a resistência revolucionária é aqui que elaboraremos nossas estratégias;
não consigo pensar que esse campo pertença mais à antropologia ou à psicologia que à filosofia ou qualquer outra ciência, mesmo mais estranha aos temas;
acredito que o intempestivo possui não os olhares definidos nas homogeneidades das abordagens disciplinares ou científicas, mas que são passíveis de abordagens originais que constituirão por outro lado e simultaneamente novas formas de subjetivação;
não se trata de partir de procedimentos para definir problemas na realidade;
isso equivale a formar-se para o mercado de trabalho, à vida autômato definida pelo trabalho, pelo capital;
o humano e o sucateamento da vida em geral urge como plano de imanência para novas experiências;

não se trata portanto de obedecer aos velhos procedimentos disciplinares ou científicos, baseados na relação sujeito-objeto;
não se trata muito menos de novas teorias psicológicas visando renovar a ciência e sua política;

trata-se de operar com uma nova imagem da expressão ciência política, em que esta deixa de se constituir como espaço técnico da teoria política, para diluir-se na vida das práticas menores ou micro, para constituir-se como processo de subjetivação, forma de assumir-se como criador (agente produtor) de conhecimento em socialidades em plena elaboração/construção;
trata-se de reconhecer e assumir, como campo de ação e resistência, os processos de padronização subjetiva disfarçados seja em consumo exacerbado de subjetividades controladas pela contabilidade do mercado, seja em assistência e políticas públicas (dividas com ou) administradas pelo estado;
de construir campos para a resistência a tais processos de homogeneização, dinamitando as esferas definidas e restritas pelas competências técnicas atribuíveis pelo estado e demais empresas de educação que
aqui se trata de travar uma guerra contra o imaginário das empresas de certificação profissional (faculdades, escolas técnicas etc) proliferam com a necessidade crescente não só de indivíduos certificados para o mercado, como de explorar ao máximo o mercado aberto com essa indústria da subjetivação pelo mercado de trabalho;
todos avançam em direção à um fatia do mercado, tornando cada vez mais real essa ficção assombrosa de sua onipotência inquestionável;
não há minimamente uma visão crítica ao mercado, mas um discurso monótono do economicismo liberalizante;

estamos trabalhando com um processo de despadronização (do qual não podemos perder de vista seus desdobramentos e apropriações pelos capitalismo)
por isso se trata de reformular a imaginação criadora de conhecimento em lugar de permanecer reproduzindo os modelos que herdamos ou em respeito aos velhos mestres;
a vida exige mais de nós, exige forjar novos instrumentos através de nós;
para isso estamos disponíveis mais à vida em suas hecceidades que ao mercado de trabalho e outras subjetivações padronizantes;



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