28 fevereiro 2008


indivividualizar a má consciência

individualizar a consciência e fazer com que o indivíduo enxergue-se como anormal e se culpe por sua anormalidade;
o anormal consiste em todo aquele que foge à regra, que escapa ao modelo;
a anormalidade baliza os processos sociais de constituição de subjetividades/identidades;
toda situação assediada pela diferença deve ser severamente vigiada [o que significa vigiada inclusive de dentro]: a criança, o pobre, o iniciante, o adolescente etc;
a culpa opera essa internalização da vigília: a criança, o desempregado, a mulher [assediada ou estuprada], o transgressor;
assim é que se transforma a vítima em culpado;

assim opera a violência moral que oprime os indivíduos em direção à normalidade;
o que varia é a intensidade, mas a violência é a mesma;
dissemina-se na sociedade;
o preço da ordem social: a ordem moral e seus modelos;
o sistema da identidade: nosso regime de produção de subjetividade;

atacar para defender
não se coloca em questão, em momento algum, os valores e o regime de valoração da sociedade;
desde o juiz até seus familiares tudo funcionará no sentido de oprimir o indivíduo, de voltá-lo contra si próprio;
não há personagem na sociedade para evidenciar o caráter social do crime, para operar alguma relativização nos valores da sociedade;
todos insistem no uníssono monótono da má consciência;

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