02 dezembro 2007


simetrização
se a antropologia pode ser pensada (mais em termos críticos e metateóricos que em termos positivos) como campo próprio de tradução ou simetrização - num campo semântico - ou de guerriha (máquinas de guerra) e apropriação de técnicas (nomadismo) - noutra perspectiva, ou seja, situando a antropologia nessa função de mediação de sociedades superpostas, para as quais será mais certo tratar-se por socialidades ou devires ou seja á o que for que contradiga o substancialismo da noção de sociedades;
enfim, colocá-la nessa função resulta de um processo de reflexão metateórica que remete ao momento de emergência da disciplinas, ou aos momentos;
primeiro um momento histórico e político, que remete à construção histórica dos estados-nação que se propõem a por um fim nos selvagens;
fim este já não mais genocida, mas etnocida já que se dá conta, no exercício de seus aparelhos de controle social, de que as subjetividades não se confundem com os corpos e que mais que almas, os selvagens constituem mão-de-obra e mercado, ainda que servindo ao assistencialismo estatal;
segundo, o momento teórico em que se reflete justamente sobre os limites de um civilização generalizada, os limites do ilimitado império ocidental construído de valores;


que se contraponham dois discursos por um lado e por outro se os identifique;
ao discurso mítico contrapor-se-á certa filosofia, a certa filosofia que se identifica ao que será reconhecido como pensamento científico, buscando muitas vezes despoticamente valorar-se como forma imperativa da verdade;
aqui a racionalidade como crepúsculo da universalidade, petardo da civilização, contrapor-se-á ás trevas da moralidade religiosa, do universalismo assentado sobre a crença em um bem e um mal comum e em si, transcendente ao campo de valores determinado pelas culturas;
nesse momento, a humanidade pode abrir seus ouvidos e suportar, em nome da ciência legitimada pelo estado com suas igrejas denominadas escolas e sua bíblia denominada ciência, a desforra do ateísmo, ou seja, a afirmação de valores dissonantes contra justamente a instituição instauradora de valores por excelência;
é a liberdade de se desmontar o discurso dos discursos;
no entanto, o racionalismo encontra rapidamente seu limite na crítica a esse discurso a partir da qual tudo o mais passa a ser mero insulto e injúrias, julgamento e vingança;
isso se dá por conta da identidade entre esses dois discursos;
essa identidade é o limite da crítica racional a discurso da fé;
ao se alienar igualmente do campo moral em que se desloca e colocar-se transcendete à ele, o discurso racionalista comete o mesmo erro, realiza a mesma ação que o religioso, tornando-se tão fascista quanto ele ou pior, pois descarta qualquer coeficiente de fé da prática e da verdade científicas, objetivando-a ao cúmulo;

o problema do valor entre os gregos e entre os semitas: dois momento de nossa civilização;
até chegar à genealogia, quando elabora uma forma bem particular de interação entre as duas culturas, nietzsche conceberá uma economia da culpa que tem continuidade de uma à outra;
o problema aqui gira em torno da questão do valor da vida, do modo como os valores perpassam os pensamentos, formulam a noção de verdade, configuram as instituições, instituem psicologias como forma de controle político-social;

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