14 dezembro 2007


pré-índios ou pós-brancos 2
em que os kuntanáua seriam bons para se pensar?
por um lado, a idéia tradicional de índio toma por referência a indianidade como um centro, como substância ou essência, a exemplo do que faz com nossa própria subjetividade;
os critérios com que concebemos a subjetividades aparecem marcados por sua instrumentalização na redução das civilizações e na ocidentalização do mundo em homogeneidades subjetivas e democracias igualitárias;
por outro lado, pensar os kuntanáua persiste em deslocar-se para as margens da subjetivação, ou melhor, redefine a imagem da subjetividade que passa da fórmula do ser para o movimento do devir;
não se trata de “ser índio”, menos ainda de prová-lo, a questão é tornar-se índio: devir;

a questão não é ser ou não-ser e sim a constituição tomada a partir de processos de subjetivação;
desloca-se o problema, muda-o de natureza;
o obstáculo à problematização da subjetividade consiste na imagem tradicional da subjetividade e do conhecimento, baseadas na essência, na substância, na identidade;
é aí que centramos fogo, deslocando o problema e tomando os kuntanáua como ponto de inflexão;
portanto, não se trata de encaixar os kuntanáua em categorias, defini-los em classificações norteadas pelos critérios do estado, por suas políticas e legislação;
em lugar disso, toma-se outra direção e o que se faz é problematizar o estado, seus critérios, seus valores, suas abordagens, visando a definição de estratégias rumo à autonomia;
esse é, em parte, o procedimento das máquinas de guerra, que se compõe com agenciamentos de enunciação apropriados pelo grupo;

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