24 dezembro 2007

o teatro (ator/diretor) opera com meios de expressão;

de saída é necessária a ruptura com a mímese e a verossimilhança, se do que se trata é de devir;
para essa diferença, pode-se dizer inicialmente que teatro não é nem religião, nem ciência;
(que) será arte?
mas para romper com o místico o teatro não assume a representação?
as questões proliferam;
não será o teatro a ligadura, ou melhor, não será o devir o liame entre esses mundos;

acender/ativar/acionar as potencialidades de devir possibilitadas pelo teatro;
a princípio isso se torna claro na matéria com a qual tenho mais intimidade, visto que venho trabalhando, escrevendo e lecionando sobre ela: a antropologia;
no limite, tem-se apontado para os devires, os agenciamentos de enunciação, conformados em nossas referências regionais pelo trabalho desenvolvido pela comissão pró-índio;

aqui convém compreender o problema da representação;
a representação configura nossa realidade, é o fundamento de nossa ontologia realista;
o século dezenove consiste num momento de transição para a modernidade, a qual promoverá uma nova fase da universalização do estado e da ciência, baseada no modelo ontológico com que conquistara então a alma das colônias;
esse modelo fundamenta desde a mística judaico-cristã até o racionalismo moderno pretensamente laico;

no entanto, a questão não se limita ao problema da representação e sua compreensão;
a questão só serve para apontar uma direção para propostas de linguagem;
pensar o teatro aqui é recolher seus recursos para evidenciar a diferença, a passagem da representação aos devires;
os movimentos não ilustram, os movimentos recriam, entram em relação de velocidade, reescrevem para traduzir;


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