02 dezembro 2007

intelectual de estado
uma característica elementar do intelectual de estado consiste na prática de legitimar e com isso reforçar os aparelhos e com isso o próprio estado;
e seu discurso de objetividade bem disfarçada pelos velhos subterfúgios da metafísica, o intelectual de estado disfarça uma pseudo técnica que consiste em legitimar o complexo de pensamento em que o estado forja sua imagem e sustenta seu poder em nossa percepção;
a análise do discurso, e sua antecessora, a genealogia, operam com a desmontagem do discurso desse personagem conceitual;
o intelectual de estado legitima e é definido por uma ciência régia, um pensamento de estado, para incorrer numa redundância, dado que todo pensamento é de estado, o pensamento consiste numa via do estado, é no pensamento que o estado se concebe, por isso sua intimidade com uma ciência régia;
aqui se encontra uma via para se articular mais uma vez a ciência régia à sua matriz metafísica na qual o conhecimento é concebido;
conhecer então não se associa à técnica, ao fazer, à ação, ele se imagina como idéia, representação de coisas ou idéias, a concepção metafísica de verdade;

como o intelectual de estado se manifesta em todos nós, quando assumimos o discurso da medicina, da pedagogia, da agronomia, da técnica em geral como soluções gratuitas de uma ciência universal a problemas humanos, contribuo aplicando essas técnicas de definição de regularidades discursivas a esses agentes;
com isso elaboro meu próprio saber que não consiste num saber reativo de crítica dialética e sim numa genealogia de valores e análise de discursos;
saber que reflete saberes, saber que se desdobra a partir da percepção do campo imperceptível que lhe dá suporte;

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