28 dezembro 2007

existir é diferir; na verdade, a diferença é, em um certo sentido, o lado substancial das coisas, o que elas têm ao mesmo tempo de mais próprio e de mais comum; é preciso partir daí e evitar explicar esse fato, ao qual tudo retorna, inclusive a identidade da qual falsamente se parte; pois a identidade é apenas um mínimo, e portanto apenas uma espécie, uma espécie infinitamente rara, de diferença, assim comoo repouso é apenas um caso do movimento, e o círculo uma variedade singular da elipse; partir da identidade primordial é supor na origem uma singularidade prodigiodamente improvável, uma coincidência impossível de seres múltiplos, ao mesmo tempo distintos e semelhantes, ou então o inexplicável mistério de um único ser simples posteriormente dividido não se sabe por quê;

(tarde: 98)

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