02 dezembro 2007

ainda hoje, como justificar a apropriação de a concepção do trágico em o que se ouve, de que forma a obra de nietzsche possibilitava particularmente chegar a uma perspectiva, construir uma posição sobre as práticas de subjetivação guarani;
um primeiro ponto seria o de justificar minha perspectiva acadêmica ao povo guarani que não fosse a de um jogo alheio e alienado de minha parte, pois percebi logo que fui admitido que havia poder (eficácia simbólica) num discurso a respeito de selvagens, algo de exótico para a academia, para a educação, algo que precisaria ser amansado;
logo percebi isso e precisava escapar às armadilhas teóricas a que todos os meus companheiros se submetiam;
uma forma de escapar foi de cara a ruptura com a retórica objetivista e interpretacionista da hermenêutica psicologizante do imaginário;
não podia transformar os guarani em exemplares dos universais psicológicos do imaginário;
daí a saída metateórica da epistemologia;

outro ponto se referiria ao julgamento, à apreciação de valor sobre a existência;
daí à questão de problematizar a irredutibiliade da existência e da subjetivação guarani via canto-dança ao pensamento acadêmico e sua tradição teórica, problematizando a ciência régia e seus resquícios da postura de valorização da existência;

a perspectiva acadêmica em mim insistia numa postura de julgamento à vida guarani;
eles persistiam como povo sem educação, ou ao qual caberia justificar uma educação, visto que é isso que valorizamos;

tratava-se de problematizar a forma do trabalho acadêmico;
o problema é que como a maioria dos estudantes se intimida diante de tal forma, constituindo-se essa estética tomada como método, num lugar do controle e do exercício do poder acadêmico por excelência;
trata-se do você sabe ou você não sabe;
por isso, cabia de saída colocar o problema de uma estética generalizada definida por nietzsche no trágico e na teoria do enunciado foucaultiana, e legitimada no imaginário por bachelard;
ainda mais por que essa seria uma bandeira do catecismo do imaginário: a liberdade estética como resultado da desmontagem do discurso da racionalização tecnicista;
mas descobri que ela se limitava ao plano do conteúdo, dado que a forma da composição acadêmica, o método, ainda estava nas mãos do especialistas que definem que faz certo e quem não está ainda como deveria;
o interessante foi que, apesar dos problemas políticos com que fui depreciado, a dissertação se colocava para além do problema do julgamento, não se prestava ao julgamento;



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