você vê bem a diferença entre os dois tipos de proposições seguintes: 1) formas desenvolvem-se, sujeitos formam-se, em função de um plano que só pode ser inferido (plano de organização-desenvolvimento); 2) só há velocidades e lentidões entre elementos não-formados, e afectos entre potências não subjetivadas, em função de um plano que é necessariamente dado ao mesmo tempo que aquilo que ele dá (plano de consistência ou de composição);
1000platôs
dois planos se constituem;
um plano de organização ou desenvolvimento, plano que dá a perceber sem ser percebido;
outro plano de consistência ou composição, o próprio plano é percebido ao mesmo tempo que ele nos faz perceber o imperceptível;
relacionei os dois planos em minha dissertação para contrapor a escola à opy, escolarização à ritualidade;
no primeiro plano impera a identidade, o percebido se o faz enquanto formas (objetos) e subjetividades (sujeitos), enquanto o plano se oculta na concepção de um dado, de uma natureza transcendente;
para esse plano imaginei o saber escolar, mesmo (ou principalmente) da escola indígena, que reproduz ou atualiza a matriz ocidental;
o plano se dá no desdobramento da suposta realidade pré-determinada na representação do livro, da lousa, do discurso do professor que referem a essa realidade cristalizada;
esse plano se oculta na explicação do professor, em que se oculta o caráter de produção de realidade;
no outro plano, plano de consistência ou composição, as formas e sujeitos são idéias, idéias que não funcionam, pois o que serve é a diferença;
são os intervalos, os entre-cortes, os tempos e as lembranças suprimidas, os equívocos e as besteiras, a cotidianidade e a hecceidade que a perpassa e faz dela uma experiência do universo, mim como tudo aquilo que me envolve;
são só velocidades e lentidões, onde praticamente só as imagens da música nos aproximam;
aqui imaginei o saber constituído na opy, espaço-tempo ritual do canto-dança guarani;
prática ritual que arrasta e dissipa as formas e os sujeitos, que dissipa contornos, mistura corpos e incorporais, fragmenta subjetividades, dissipa unidades atravessando partículas;
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