19 novembro 2007

a consciência possui a tendência a se absolutizar;
não se pode imaginar seus limites, mesmo o inconsciente freudiano consiste numa forma disfarçada de consciência, num subconsciente como se dizia;
a consciência consiste numa faca só lâmina;
tende a tomar todo o espaço, suprimindo qualquer possibilidade de ir além dela;
é assim que nos imaginamos, a imagem que fazemos do sujeito está moldada por essa configuração da consciência;
tudo o que vai além da consciência é suprimido;
estamos mais e mais alienados nessa dimensão que denominamos consciência;
mesmo as imagens que fazemos de outras paisagens mentais, tais como deus ou a sociedade, se constituem a partir dessa forma/modelo da consciência;
nossa consciência possui como chave a identidade;
a sua forma de conceber realidade, sua imaginação se constitui na matriz da identidade;
todas essas consciências se unificam, ou melhor, são formatadas em torno de uma unidade;
nossas pequenas consciências humanas possuem a exclusividade da agência imaginativa;
a consciência se restringe aos limites da humanidade e tudo que vai para além desses limites está sob a vigília do verdadeiro;
mesmo essa humanidade consiste num humanidade média, em tudo aquilo que é comum à humanidade média;
o que está além do configurado pelos valores constituídos não possui status de verdadeiro;
verdadeiro consiste em tudo aquilo que condiz com a imaginação da consciência e, portanto, com os valores da consciência;
como essa imagem da consciência média é que é valorizada, nos vemos fazendo esforço para buscar essa coerência que acreditamos estar em algum lugar, pré-estabelecida, perdendo de vista que a constituição do sentido e dá arbitrariamente;
e assim nos deslocamos entre valores como na mais empírica realidade;
todo um mundo configurado de valores em que se opera uma inversão e se passa a estabelecer o mundo de valores como verdadeiro e a produção de realidades por devires e hecceidades (que consiste na forma de constituição de realidades) como falso, aparência, ilusório etc;
não se assume assim a produção de realidades a partir de valores, o que se assume como verdadeiro é uma determinada configuração da consciência como suposta realidade de fato;
toma-se assim um modelo como molde, ocultando-se o processo de construção de realidades a partir de valores;



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