29 novembro 2007

ciência régia e pensamento selvagem

de fato, levi-strauss coloca o problema humanista de um pensamento selvagem com direito à história;

a etnologia não assume então o perigo que consiste/apresenta à história;

não assume seu sentido epistemológico de desmoronar o discurso histórico transcendental, cuja ruína proporcionada pela crítica lingüística ao representacionismo foi sua própria possibilidade de constituição;

escapa, assim, assumindo uma abordagem positivista que não se propõe a desconstruir ou genealogizar nossa episteme ou ciência régia;

porém, analisado numa maior amplitude, sua atitude corrobora um amansamento desse pensamento, por sua recusa de inverter a perspectiva, de manter a perspectiva da ciência régia, com suas etnografias que inclusive são utilizadas positivamente, reforçando sua abordagem positivista desse pensamento outro;

esse pensamento está configurado no interior de nosso pensamento, inicialmente por aquilo que é valorizado, como se só tivesse valor aquilo que se valoriza em nosso sistema de valoração;

tende assim a produzir a imagem do índio à imagem do cientista, em que o índio é pensado como cientista natural, como que prevendo a imagem que nossa conscientização histórica fez, a partir desse direito ao pensamento, do índio, constituindo-o, em seus projetos de emancipação, à imagem do cientista social;


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