19 novembro 2007

aliança
minha aliança com a academia se dá num primeiro momento de forma ingênua, na qual ainda estava integrado ao seu conjunto de valores, quando ainda não possuia um instrumental mínimo que me permitisse desvenciliar-se del@;
intuitivamente já percebera os aparelhos em operação, ainda mais em meio a toda corrupção e assistencialismo do contexto guarani que nunca desvencilhei da cultura pela válvula de escape da aculturação;
assim, logo de início não me identifiquei com o personagem do pesquisador, pois meu devir guarani foi mais forte desde o início;
mais forte que tudo o que a academia foi me oferecendo em troca de minhas informações e de meus devires;
talvez meu projeto de estética existencial que me conduzira a tal aliança tenha sido mais forte;
tal projeto, junto com minha sensibilidade literária, conduziram-me rapidamente a consideração do tratamento das práticas de conhecimento indígenas tomadas a partir dos valores específicos do ocidentalismo;
queria desde o início produzir esse conhecimento, operar com suas práticas;
não me conformava em manter-me reduzido à produção de informação sobre esse conhecimento sem estar integrado a ele, produzindo-o;
não me satisfazia escrever sobre esse conhecimento, descreve-lo;
queria derrubar a quarta parede para devir esse conhecimento;
o xamanismo marcou meu encontro com os guarani;
assim, não era possível escrever sobre as práticas de conhecimento indígenas sem lidar com suas próprias práticas de conhecimento;
estudar o regime dos cantos guarani, a forma como se concebe o canto-dança entre o guarani que encontrei, com quem conversei, dancei e cantei entre tantas outras práticas de conhecimento que pude vivenciar, consistia na escrita de um outro texto que estaria encracavado no texto acadêmico;



Visitor Map
Create your own visitor map!