20 outubro 2007


a propriedade da pequena saúde
em relação à saúde como aparelho de captura penso que ela se articula à educação quando se pensa no universo da ciência com que ambas buscam unificar a multiplicidade de mundos expressos na diversidade de sistemas de saber;
acontece que o monismo do estado não tolera sistemas de poder paralelos e sistemas de saber são sistemas de poder, reproduzem ou desdobram-se em sistemas de poder;
sua retórica da cultura não passa de outro aparelho de captura que serve para amansar a multiplicidade de culturas a fornecer status e protocolo a uma tanta multiplicidade de ontologias;
a idéia é que por trás dos saberes existiria um único que é de posse, ou melhor, propriedade da ciência;
esse único universo, que vem sendo formatado pelos valores urbanos da metrópole, é a realidade do orgânico que obedece à magia da química;
a química, essa magia dos remédios que transforma nossa saúde e seu tratamento em problema estritamente químico desdobra-se em outras tantas doenças;
o fascismo que impera na área da saúde tem diversas máfias;
depois de se apropriar do domínio da necessidade, os médicos nos convenceram a nos tornarmos cobaias de suas incursões cotidianas pelos corpos vivos;
eles precisam treinar e nós fornecemos o laboratório;
enfim, de todos os fascismos o mais sinistro se refere àquilo em que a medicina transformou nosso nascimento;
não só o nascimento como momento do parto como toda a fantasmática que ela instaurou em torno do momento de dar à luz;

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