05 outubro 2007

o ecologismo
vejo no ecologismo um problema interessante;
duas autoras com que trabalho tratam do ecologismo como uma questão exógena, que teria se vinculado artificialmente, em um momento determinado, no contexto e no discurso das disputas políticas dos regionais estudados;

ecologismo indígena
entre os ashaninka, mendes (1991) constata que seu contato com os brancos da região consiste num ciclo de predação que vai desde as correrias de outros povos, passando pelo fornecimento de peles de animais e carne de caça, até a empresa madeireira, quando tem seu terrítório invadido e impactado com as máquinas pesadas dos cameli, família de político e empresários do juruá, episódio que suscita a busca por outras alternativas com o projeto da cooperativa e da associação;
com esse percurso, a autora desmistifica o discurso do ecologismo que caracteriza as estratégias políticas de índios e seringueiro da região do alto juruá desde fins dos oitenta;

antes de sair em busca dos operadores do ecologismo, em que consiste meu propósito, preciso definir alguns marcos e outros tantos pontos de referência;

inicialmente o que me chama a atenção, nas entrelinhas dessa sua desmistificação, é que se pode ler o ecologismo em continuidade aos produtos oferecidos ao mercado pelos indígenas;
se foram oferecidos índios selvagens, pele de animais, carne de caça e madeira, agora seria oferecido, pois o mercado exigia, ecologismo;
digo que me chama a atenção uma certa continuidade - e não ruptura - do ecologismo;

no entanto, não é estranho que o ecologismo seja articulado aqui num discurso indígena visando a demarcação de terras;
o ecologismo está atrelado às exigências de condições para o desenvolvimento das práticas tradicionais que caracterizam o indigenismo;e, além disso, a empresa pecuária que sucedera a máquina seringalista é incompatível com tal modo de vida do indigenismo, o que era a justificativa central no caso em questão;


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