17 outubro 2007

a manifestação mais poderosa do moralismo na realidade configurada em meu entorno consiste no moralismo pedagógico;
a velha consciência racional inaugurada por sócrates superou o moralismo mítico e tornou-se a mais poderosa arma do judaico-cristianismo na instauração de seu império neo-judaico do capitalismo mundial integrado e seu projeto de monocultura humana;
o furor pedagogicus do discurso da educação constituiu-se então numa poderosa arma de instauração de consensos que redefiniu em poucas gerações o ímpeto religioso da cultura ocidental judaico-cristã à impessoalidade do mercado simbólico das novas formas do escravismo das almas;
essa arma opera, como toda arma moral (estado, direito etc), com estabelecimento de consensos, com a naturalização de arbitrariedades;
não se vê dissensos em relação à educação, é ponto pacífico que a educação é uma necessidade em si, em qualquer lugar, qualquer contexto;
esse consenso é apropriado das mais diversas e perversas formas;
há uma neutralidade quanto à sua necessidade, como há em relação ao estado, à estrutura jurídica etc;
é um discurso autoritário ou fascista, que naturaliza as instituições em suas condições de poder ou políticas determinadas e determinantes;
sem dúvida que é nesse contexto que se dá o sentido do projeto do fmi de generalização do ensino fundamental, para melhor cumprimento de sua obrigatoriedade e fazendo com que o mapa do estado se estenda a todo território, não permitindo a constituição de ilhas de diferença ou cultivo de saberes tradicionais;
é extirpar com o moralismo pedagógico e o tecnicismo todo e qualquer germe ou criadouro de conhecimento nômade e máquina de guerra;o fmi impõe um projeto de por um lado popularizar e tornar efetiva a obrigatoriedade do ensino e por outro a obrigatoriedade da formação técnica dos professores, num quadro que antes tivesse aberturas a possibilidades de criação;


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