10 setembro 2007



ecologias

guattari fala dos processos imanentes de trabalho sobre a subjetividade e sua produção;
em lugar da análise pseudocientífica em busca de explicações e regularidades sem muito objetivo a não ser a explicação pela explicação da ciência pela ciência, investir na operação com os recursos de produção de subjetividade a partir dos agenciamentos de enunciação: diários, encontros de formação, debates, visitas domiciliares, meios de comunicação tais como rádio, blogs, produção de textos, artigos, exposição de fotos, produção de filmes e vídeos;
transformações

a perspectiva em que queremos investir é a da crítica à ordem de valores, atribuída na pesquisa antropológica, aos processos de subjetivação;
essa perspectiva equivale a uma inversão, já que até então o que se valorizou positivamente eram a suposta originalidade e as regularidades constatáveis e quantificáveis nos procedimentos metodológicos pseudo-científicos;
essa inversão refere-se, portanto, ao fato de procurarmos aqui elaborar procedimentos que valorem positivamente também a transformação, especialmente as transformações que resultem de processos de subjetivação, de apropriação e construção de subjetividades;
em lugar dos objetivos pseudo-científicos de explicação pela explicação, conhecimento pelo conhecimento, busca-se a apropriação dos dispositivos de subjetivação como praxis de resistência a serem investidas;
em lugar da neutralidade científica, responsável pela concepção de subjetividade aqui criticada, uma análise crítica dos dispositivos subjetivos do capitalismo que vise um investimento sobre as práticas de subjetivação norteadas por princípios
ecológicos;
por que a ecologia?

devido à ecologia ter se constituído enquanto prática (e não ciência) de inegável dimensão política e, principalmente, por sua orientação anti-capitalista é que ela se torna em paradigma para nosso modelo valorativo;
seja por sua configuração como prática de resistência ao capitalismo integrado, seja como forma de atividade anti-cientista, que abole e critica a retórica da neutralidade constitutiva do modelo valorativo da ciência oficial, a ecologia servirá de paradigma aos processos de formação subjetiva aqui projetados e empreendidos;
enquanto a pseudo-neutralidade científica serve de retórica à sua apropriação como aparelho de Estado, a ecologia ainda que apropriada igualmente ao aparelho de Estado, guarda uma potencialidade anti-capitalista nada neutra;
à falta de direção da 'ciência pela ciência' e seus princípios e recursos pseudo-científicos que redundam em sua forma própria de homogeneização subjetiva, a ecologia opõem um norte anti-capitalista definido, pautado em práticas de subjetivação heterogênea;

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