17 setembro 2007

ecologias 3

a ecologia como ciência

para dar status de ciência à ecologia e se apropriar de suas práticas, deve-se então extrair-lhe o caráter humano e político que lhe deu projeção como máquina anti-capitalista;
acontece que, com isso e por isso, se dissipam todos os processos de seu campo de ação, principalmente os subjetivos que aqui nos interessam tanto, fazendo-se dela uma prática estéril;
ao invés disso, queremos investir sobre as práticas de subjetivação que tiveram lugar com a emergência da ecologia, criticando e despistando seus diversos processos de apropriação por parte dos aparelhos de estado e das formações de poder capitalísticas, que se apropriam desses modos de subjetivação para controlá-los e neutralizá-los;

enquanto a ciência insiste em pautar-se por princípios de neutralidade, a qual formula apagando-se do campo perceptivo para extrair todo o sentido do objeto, a ecologia se define como ciência de intervenção;
intervenção nos efeitos do capitalismo, da ação desse homem e dessa ordem social sobre o seu meio e o meio de outras subjetividades, às quais o capitalismo é identificado como antípoda, tais como indígenas, animais, plantas e outras formas da vida selvagem que resistem a ele com sua heterogeneidade;
ecologia e subjetivação

não é a concepção de equilíbrio mas as de auto-regulação, auto-gestão e, principalmente de auto-poiesis que vigoram na noção de ecologia aqui formulada;
a noção de natureza não consiste na natureza intocada dos preservacionistas, mas a da natureza como um processo de intervenção contínua do homem, com a diferença que não se tem o extermínio e o desenvolvimento predatório como horizonte, como o tem o capitalismo;
é assim que se possibilita pensar o complexo ecológico como matriz para a elaboração de formas de subjetivação que configuram um projeto de resistência ao capitalismo inclusive nessas esferas;

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