22 setembro 2007

ecolOgia


identidade e devires

o problema que se coloca na desmontagem da identidade é um problema de implicação filosófica, diria ser o problema filosófico do grupo (e do texto do) nuti;
a busca da identidade remete a uma disposição do pensamento ocidental, ordenado em torno do ser e da identidade (conceito filosófico que, significativamente, tem sua sinonímia no conceito antropológico);
a busca por uma ontologia da relação a partir de um pensamento baseado na alteridade (ao invés da id-ent-idade) consiste em chegar numa crítica dos etnocentrismos de nosso pensamento, de nossa epsitemologia;
converter um pensamento obsecado por padrões, regularidades, cujo princípio são os sistemas de classificação aristotélicos;
assim, propor a ruptura com os pressupostos epistêmicos com que a tradição racionalista do conhecimento ocidental se dispõe equivale a propor uma ruptura com a concepção de subjetividade que essa imagem do conhecimento implica, que conduz a noção de identidade como forma-sujeito em que se pode enquadrar os devires subjetivos nas categorias pseudo-científicas forjadas para o enquadramento de outros objetos científicos apropriados à disposição em sistemas de classificação que dão sentido à racionalidade humana;
assim que em lugar do ser que conduzirá, em termos antropológicos, à identidade, propõe-se operar com a alteridade, a partir da relação como princípio;
por isso, não se trata de uma questão simples; ela possui implicações que remetem a uma postura filosófica e uma crítica epistemológica que alguns autores consideram tarefa da antropologia, considerando também que não tem sentido fazer antropologia a menos que seja para encarar tal problema;
a forma de elaborar tal problema então é problemtizar um pensamento virtual indígena que se volta para o modelo ocidental como máquina de guerra;
esse problema é tratado por guattari em três ecologias, que trata o problema na forma de um manual da operação com a subjetividade e seus recursos;
opera entre a subjetividade individual e coletiva criticando o modelo pseudo-científico tradicional, que é colocado pelo autor (1989: 28 e ss.) como instrumento do capitalismo para a redução psicológica que engendra, via mídia, em sua forma de capitalismo mundial integrado, o qual tem na produção de sígnos e subjetividades um mercado fundamental;
o que chama a atenção nesse texto são os operadores disponibilizados pelo autor para a prática das produções de subjetividade, enquanto nossos recursos discursivos pseudo-científicos cumprem sua função de reiterar as formas- sujeito nas quais está implicado, restringindo-se assim à análises, classificações e explicações de identidades já produzidas de antemão;

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