25 setembro 2007


do caminho do criador
vai para tua solidão com o teu amor, meu irmão, e com a tua atividade criadora; e somente mais tarde a justiça te seguirá capengando;
vai para tua solidão com as minhas lágrimas, meu irmão; amo aquele que quer criar para além de si e, destarte, perece;
assim falou zaratustra;


processos de subjetivação e seus dispositivos

por isso, devem ser considerados aqui os processos de produção subjetiva postos em prática pelos coletivos, definir recursos para sua apropriação, os quais por si só já tendem a deslocar o eixo de nossas práticas pseudo-científicas, pautadas pela tradição teórica e classificatória da padronização;
um processo como o de um ressurgimento étnico é uma complexidade que não se deve reduzir a simples operador subjetivo; trata-se antes de uma matriz na qual nos deteremos para pesquisar os inúmeros operadores que a compõem;
antes de entrar em processos mais ousados de devir-animal sugiro começarmos por operadores mais simples;
vejo na ayahuasca um dispositivo interessante para análise, que pode ser considerado como inserido nesse problema matriz que seria o ressurgimento étnico;
particularmente, no entanto, prefiro deixa-la fazendo fundo em segundo plano, trazendo para o foco seus operadores;
um operador que ganhou destaque em minhas pesquisas etnológicas foi a música, via composição/inspiração, canto e dança;
assim, a matriz seria o ressurgimento étnico, na qual selecionamos um dispositivo de subjetivação que seria a ayahuasca, no qual selecionamos como operador a música;
mudanças
a abordagem tradicional valoriza o mesmo, a identidade dos grupos;
os coletivos que passam por processos de transformação foram muitas vezes chamados de aculturados, como se perdessem a sua cultura para se atrelar, serem absorvidos à margem de nossa sociedade;
essa abordagem deve se modificar quando, num primeiro momento, passa-se a valorizar positivamente a mudança, a transformação como aspecto singular da cultura estudada, como processo complexo de negociação, e não como simples perda e dissolução numa outra cultura;
após esse primeiro momento, em que a mudança modifica o olhar homogêneo do antropólogo para a observação da diferença, é a vez da manipulação com a diferença, a apropriação de sua intervenção nesses processos de subjetivação;
pois se a intervenção é inerente a esses processos, pois el se constitui de ante mão como parte do processo de contato e negociação no qual trabalham cotidianamente esses coletivos, o trabalho da pesquisa deve apropriar-se dessa intervenção a seu favor;

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