16 agosto 2007


por exemplo, meus alunos querem ficar loucos comigo quando digo que o que define a antropologia é sua abordagem (teorias nativas ou pensamento selvagem) e não o seu tema (os índios) e que é possível e até provável, que se faça história indígena, sociologia indígena (disciplina que inclusive é fundamental em meus cursos de antropologia, especialmente para a compreensão daquilo que se costuma chamar antropologia inglesa), lingüística indígena, pedagogia indígena, geografia indígena e assim por diante, o que, ao contrário do que se possa pensar, serviria para definir melhor a antropologia, na medida que a distinguiria de sua (anti-)tradição positivista;
há algo nisso que os desespera, pois estão esperando a imagem da antropologia descrita por foucault como saber disciplinar, alienado, que serve para submeter o outro;
a antropologia que eles esperam é a que possa ser comercializada no mercado tão logo eles recebam seus títulos;
a antropologia mansa e utilitária que serve à sociologia indígenas dos órgãos públicos de controle indigenista, que serve à pedagogia indígena do discurso dos direitos à ciência;
com essas categorias que causam estranhamento, minha intenção é desloca-los do positivo e do conhecimento em termos absolutos (o que é a antropologia...) inserindo essas relativizações (para quem, em relação a que, onde, o que não é a antropologia...)

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