13 agosto 2007


o discurso genealógico não analisa empiricamente, da perspectiva universal de um nós que apaga as marcas da enunciação, apagando os conflitos morais e as disputas de poder em torno da tribuna de onde pavoneia, cínico;
ele não apresenta o seu programa civilizador de cima da tribuna dos imperativos morais do humanismo, dos direitos, da igualdade;
a genealogia centra fogo num eles que, no fim das contas, equivale sempre a um amargo nós (nós civilizados), que, porém, não se oculta enquanto reduz o outro, enquanto circunscreve-o em seu horizonte de valores, no moralismo de seu humanismo;
esse eles, equivalente a um nós, antes dobra o discurso sobre si, analisando-se como prática discursiva (arqueologia);
disso resulta uma contínua referência ao discursivo e uma obsessiva auto-referencialidade;
o eles irônico se contrapõe ao cinismo etnocêntrico da retórica positivista que oculta o falante numa pluralidade anônima, generalizante e unânime típica da verdade científica;
são eles os sapos do irônico manuel bandeira, que falam em nome do brasil civilizado;

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