a cura da terra
a milenar separação homem/natureza caracteriza nossa cultura ocidental e a percepção do mundo que elaboramos a partir dela;
acredita-se e insiste-se em acreditar, principalmente os contabilistas, que a quantidade de árvores plantadas em campanhas de reflorestamento importa para a natureza e não para a sociedade, para as pessoas que plantam árvores;
na verdade, como prova o greenbelt movement com sua experiência, são as árvores que ajudam as pessoas mais que as pessoas ajudarem à natureza;
é por isso que acredito o foco da campanha das árvores está mais na publicidade de programas de plantação de árvores de empresas ou comunidades que tenham alguma permanência;
o efeito social de campanhas de reflorestamento, o que realmente importa, só se dá a longo prazo, como demonstra a própria experiência piloto do greenbelt movement;
o certo é que o que devemos recuperar são as pessoas, para o que as árvores podem ajudar;
enquanto tivermos essa relação especista de objetividade com os outros seres podem ser plantadas quantas árvores forem, pois o desperdício continua sendo o de nossa humanidade e da humanidade dos outros seres;
há uma estória ilustrativa: estávamos na casa do leandro e da gregória e o meu amigo valério passou uma instrução que não pude esquecer;
disse ele que o mestre quando curava uma pessoa, ele curava a mente dessa pessoa, pois é na mente que está a fonte da doença e, se cuidar a enfermidade sem curar a mente, sana-se apenas conseqüência;
portanto, são as árvores que tem o poder de curar os homens, são eles que estão doentes e não a terra, a terra sofre as conseqüências dessa sua parte doente e que só poderá ser curada com seu próprio consentimento;
Marcadores: árvores
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