23 agosto 2007

mariana e murilo plantando árvore no centro de saberes da floresta ashaninka

a cura da terra

a milenar separação homem/natureza caracteriza nossa cultura ocidental e a percepção do mundo que elaboramos a partir dela;

acredita-se e insiste-se em acreditar, principalmente os contabilistas, que a quantidade de árvores plantadas em campanhas de reflorestamento importa para a natureza e não para a sociedade, para as pessoas que plantam árvores;

na verdade, como prova o greenbelt movement com sua experiência, são as árvores que ajudam as pessoas mais que as pessoas ajudarem à natureza;

é por isso que acredito o foco da campanha das árvores está mais na publicidade de programas de plantação de árvores de empresas ou comunidades que tenham alguma permanência;

o efeito social de campanhas de reflorestamento, o que realmente importa, só se dá a longo prazo, como demonstra a própria experiência piloto do greenbelt movement;

o certo é que o que devemos recuperar são as pessoas, para o que as árvores podem ajudar;

enquanto tivermos essa relação especista de objetividade com os outros seres podem ser plantadas quantas árvores forem, pois o desperdício continua sendo o de nossa humanidade e da humanidade dos outros seres;

há uma estória ilustrativa: estávamos na casa do leandro e da gregória e o meu amigo valério passou uma instrução que não pude esquecer;

disse ele que o mestre quando curava uma pessoa, ele curava a mente dessa pessoa, pois é na mente que está a fonte da doença e, se cuidar a enfermidade sem curar a mente, sana-se apenas conseqüência;

portanto, são as árvores que tem o poder de curar os homens, são eles que estão doentes e não a terra, a terra sofre as conseqüências dessa sua parte doente e que só poderá ser curada com seu próprio consentimento;

pois, como diz o mestre: no mundo se cura tudo;

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