
o projeto cinturão verde, greenbelt movement, germinou pequeno como uma semente, hoje já consiste numa frondosa árvore nativa queniana sombreando todos nós;
diversos acontecimentos marcam esse processo de maturação, que se inicia com a simples idéia de plantar árvores;
o projeto, a medida que enfrenta dificuldades, vai descobrindo as dimensões dessa relação entre mulheres e árvores;
uma dessas dimensões é um fato conhecido da experiência socioambiental brasileira;
ajudar a natureza é ser ajudado por ela, ou seja, a continuidade do homem como ser da natureza consiste numa relação a ser reconquistada junto com a autonomia social, econômica e política dos povos;
portanto, o projeto tinha um aspecto social que estava longe de se restringir ao pagamento por plantar árvores;
desde a alimentação, justificativa imediata, até o bem estar dos homens e animais do planeta, o caráter social vai ganhando novas dimensões no projeto;
começa por unir as mulheres quenianas, marginalizadas pelo tecnicismo da economia global, em torno de um projeto comum que lhes fornece uma identidade social local e global;
o envolvimento de cada vez mais agentes no processo, somado às artimanhas do destino, leva o projeto a se aperfeiçoar tecnicamente, a se tornar processo de formação;
agora não se tratava simplesmente de plantar árvores, ou seja, conseguir sementes, mudas, ferramentas, local propício, pessoas que se interessassem pelo projeto, publicidade, recursos para pagar os envolvidos, sensibilizar o governo etc, agora a tarefa incluía também cuidar das mudas, conhecer técnicas para plantio, responsabilizar-se pelo projeto a médio prazo pelo menos;
com a experiência e a técnica, as agentes passaram a constatar que, para fins de reflorestamento, o desempenho das espécies nativas era superior ao das espécies vindas de fora;
nada como as árvores nativas para trazer de volta práticas alimentares e medicinais antigos, fornecer a mesma simbiose com os animais e dar conta da erosão do solo e de manter a água;
Marcadores: árvores
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