sementes dormem na terra sonhando nosso amanhã
vanderlise machado
vanderlise machado
olá novamente;
cá estou a fazer minhas intervenções - sou metida mesmo - pois quando li esta postagem (os ashaninka e a grande saúde) , me lembrei de um fato ocorrido da aldeia da estiva, em viamão, com os guarani, quando fazia minha pesquisa de mestrado;
a escola de lá é a mais completa do quadro geral, pois a única guarani que tem ensino fundamental completo e direção própria;
no entanto, se parece mais com a escola comum do que uma escola indígena, tem muitos professores não-índios lá, e a princípio a merenda escolar vinha da sec/rs, como para qualquer escola - eles ainda recebem essa merenda, pois as dificuldades financeiras e de estrutura daquela aldeia é muito grande, eles são 107 pessoas - algumas em trânsito - dentro de 7 hectares!!!
mas a merenda que no início era feita como para nós ocidentais, por uma merendeira "branca" juruá, foi terminantemente recusada pelos alunos, eles não comiam, simplesmente;
então a merendeira entristecida, porque não entendia como aquelas crianças que passavam fome se recusavam a comer a comida dela, achando que faziam isso por preconceito com ela, um dia, conversando conosco, conseguiu entender que ela tinha que procurar saber o que eles comiam, como gostavam do alimento, e passou então a fazer parceria com uma mãe guarani, que a ensinou a fazer comida guarani, então as crianças passaram a comer a merenda e ela a se integrar melhor a esse outro mundo, a essa outra filosofia;
mas fica a dúvida, que tive desde sempre: não seria bem melhor se a merendeira fosse uma mulher guarani? que autonomia é essa que proporcionamos - se é que se pode falar assim sobre um grupo que já é autônomo - se nos mantemos no poder de dar as cartas?
a educação indígena ainda é uma incógnita para ser decifrada....
cá estou a fazer minhas intervenções - sou metida mesmo - pois quando li esta postagem (os ashaninka e a grande saúde) , me lembrei de um fato ocorrido da aldeia da estiva, em viamão, com os guarani, quando fazia minha pesquisa de mestrado;
a escola de lá é a mais completa do quadro geral, pois a única guarani que tem ensino fundamental completo e direção própria;
no entanto, se parece mais com a escola comum do que uma escola indígena, tem muitos professores não-índios lá, e a princípio a merenda escolar vinha da sec/rs, como para qualquer escola - eles ainda recebem essa merenda, pois as dificuldades financeiras e de estrutura daquela aldeia é muito grande, eles são 107 pessoas - algumas em trânsito - dentro de 7 hectares!!!
mas a merenda que no início era feita como para nós ocidentais, por uma merendeira "branca" juruá, foi terminantemente recusada pelos alunos, eles não comiam, simplesmente;
então a merendeira entristecida, porque não entendia como aquelas crianças que passavam fome se recusavam a comer a comida dela, achando que faziam isso por preconceito com ela, um dia, conversando conosco, conseguiu entender que ela tinha que procurar saber o que eles comiam, como gostavam do alimento, e passou então a fazer parceria com uma mãe guarani, que a ensinou a fazer comida guarani, então as crianças passaram a comer a merenda e ela a se integrar melhor a esse outro mundo, a essa outra filosofia;
mas fica a dúvida, que tive desde sempre: não seria bem melhor se a merendeira fosse uma mulher guarani? que autonomia é essa que proporcionamos - se é que se pode falar assim sobre um grupo que já é autônomo - se nos mantemos no poder de dar as cartas?
a educação indígena ainda é uma incógnita para ser decifrada....
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